Cientista da ONU diz que a Madeira também está vulnerável às alterações climáticas

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Os eventos extremos e os perigos associados à subida do nível médio da água do mar, com consequente erosão costeira são as maiores vulnerabilidades que o arquipélago da Madeira enfrenta, na opinião da cientista da ONU Joana Portugal Pereira. Na conferência “Alterações climáticas: onde estamos, onde...

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Cientista da ONU diz que a Madeira também está vulnerável às alterações climáticas
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Os eventos extremos e os perigos associados à subida do nível médio da água do mar, com consequente erosão costeira são as maiores vulnerabilidades que o arquipélago da Madeira enfrenta, na opinião da cientista da ONU Joana Portugal Pereira.

Na conferência “Alterações climáticas: onde estamos, onde queremos ir e como chegar?”, organizada pela Presidência da Assembleia Legislativa, a cientista, coordenadora de um grupo de trabalho do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), alertou para os riscos que o aquecimento global, que pode ocasionar períodos de grandes chuvas, que podem culminar em cheias, e aumento das temperaturas com verões mais extensos e secos, aumentando assim o risco de incêndios florestais.

“É necessário atuar em todas as frentes", sublinhou Joana Portugal Pereira, que defendeu a necessidade de desenvolver políticas de baixo carbono que promovam "várias dimensões de desenvolvimento sustentável".

Joana Portugal Pereira foi a primeira conferencista convidada da Assembleia Legislativa da Madeira, para o ciclo de conferência que começa este ano sob o título "Parlamento com Causas", que pretende abordar os grandes temas da atualidade, consciencializar, debater e apontar soluções para as questões mais prementes da sociedade.

“Intitulámos esta iniciativa de “Parlamento com Causas” porque entendemos que o primeiro órgão de Governo próprio da região tem o Dever de assumir Causas, tem a responsabilidade de debatê-las e, se possível, deve contribuir com soluções para minimizar a amplitude daquelas que são as grandes preocupações da nossa sociedade”, afirmou o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, na sessão de abertura da palestra.

“E começamos pelas alterações ao clima. Não haveria porventura questão mais emergente, sabendo-se como se sabe que vivemos em crise ambiental e que a Madeira e o Porto Santo não estão imunes ao flagelo porque já sentiram e sentem os seus efeitos. Basta constatar as temperaturas que temos tido neste inverno e a proliferação de incêndios em dezembro e neste início de janeiro”, disse o Presidente do primeiro órgão de governo próprio da Região.

José Manuel Rodrigues salienta que “esta não questão do Ambiente não é de Direita, de Centro, de Esquerda ou sequer de extremos, a não ser dos climáticos, mas é de certeza um problema político que precisa de ser enfrentado com lucidez e, sobretudo, com firmeza e coragem.

Em 10 anos, a Região passou por terríveis temporais que fizeram dezenas de mortos e destruíram infraestruturas vitais para a ilha e por grandes incêndios que puseram em causa pessoas e bens, com prejuízos incalculáveis, que inclusivamente ameaçaram o centro do Funchal.

A Madeira tem um Plano de Adaptação às Alterações Climáticas e isso é positivo, já muitas das suas medidas têm sido postos em prática com sucesso, mas precisamos de fazer mais e de ir mais longe, até porque as previsões e cenários desse mesmo Plano são preocupantes para as nossas ilhas.

O Plano identifica várias vulnerabilidades da Região, como o aumento da temperatura, a diminuição da precipitação, com a consequente redução significativa dos caudais, o aumento do risco de incêndios florestais, o deslizamento de terras, o aparecimento de novas doenças transmitidas por vetores como os mosquitos, novas pragas na agricultura e na floresta e a redução da biodiversidade.

Para uma terra que vive da Natureza, para uma ilha que tem a Floresta Laurissilva como Património Mundial, esta é uma questão central do nosso desenvolvimento e por isso todas as políticas públicas devem estar viradas para a recuperação e conservação do nosso Ambiente.

Muitos poucos duvidarão que caminhamos para o abismo, a não ser uns governantes de má fé que não ouvem os especialistas nem atendem às estatísticas, outros políticos que apesar de avisados cedem às pressões económicas, alguns cidadãos incrédulos que vão atrás dos discursos negacionistas e outras pessoas que se recusam a ver as evidências e a realidade que as rodeia.

Já vamos na vigésima quinta cimeira mundial do clima, mas só agora se fala na Hora de Agir”, afirmou o Presidente da Assembleia.

 

Conferência: Alterações climáticas: onde estamos, onde queremos ir e como chegar - Joana Portugal Pereira

 

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