Assembleia Legislativa da Madeira promove amanhã, quinta-feira, dia 09 de julho, pelas 16 horas, uma exposição encenada seguida de tertúlia. É o concretizar do projeto artístico intitulado “Revoltas e Motins na História da Madeira e do Porto Santo”, que terá lugar no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira. Da autoria de Margarida Jardim, esta é uma narrativa que nasce do encontro entre a História, as artes plásticas e o teatro, contemplando uma exposição dramatizada e um momento de tertúlia protagonizado por Alberto João Jardim, Guilherme Silva, Marcelino de Castro e Emanuel Janes.
“Revoltas e Motins na História da Madeira e Porto Santo” é o tema de um Projeto artístico de Margarida Jardim, integrado no Programa das Comemorações do 6º Centenário do Descobrimento do Porto Santo e da Madeira.
O projeto congrega Pintura, Teatro e Tertúlias e percorreu até ao presente quatro sedes de Concelho: São Vicente, a 7 de Junho; Funchal, a 12 de Julho; Porto Santo, a 25 de Outubro; e Ribeira Brava, a 27 de Novembro.
A ideia foi aproveitar as Comemorações dos 600 Anos para, de certo modo, resgatar a nossa memória como Povo, revisitando a nossa História.
Todo o projeto foi pensado na lógica de, sem desvirtuar os relatos históricos, celebrar a coragem e a memória de todos os que fizeram parte das revoltas e motins no Arquipélago da Madeira, `dessas lutas´ que deixaram marcas, com o intuito não só de melhor compreender o contexto histórico dessas lutas como também a tenacidade dos que nela participaram.
Afinal, num pequeno território, com um clima propício ao ócio, em que as acessibilidades e os meios de comunicação eram quase inexistentes, amadureceu um Povo que não esmoreceu e que, para além de `rasgar montanhas´, cultivar socalcos perigosos, desfrutar e cuidar da Natureza, teve a coragem e a inteligência de se organizar e de enfrentar as ordens que punham em risco a sua subsistência e a sua dignidade.
Representadas plasticamente, as convulsões político-sociais de cariz popular escolhidas foram oito, a saber: o Motim dos Profetas – 1533; a Fortaleza e os Castelhanos na Madeira – Finais Séc. XVI até meados Séc. XVII; a Revolta da Pedrada – 1868; os Motins da Parreca (Paróquias) – 1887; o Motim da Cólera (Cholera Morbus) – 1894; a Revolta da Farinha – 1931; a Revolta da Madeira – 1931; e a Revolta do Leite – 1936.
As Representações Teatrais dramatizam poética e retoricamente o que está na génese de cada uma das obras plásticas, com dramaturgia, encenação e representação de Eduardo Luíz - ator e encenador, e Filipe Luz - ator e Professor das Artes do Espetáculo.
As Tertúlias, por seu lado, tiveram o propósito de complementar o tema, no seu todo, e de o debater, clarificando pormenores desses momentos. Contaram com os seguintes participantes como oradores, que agora retomam a sua colaboração: Alberto João Jardim, que foi Presidente do Governo Regional de 1978 a 2015; Guilherme Silva, que foi Vice-Presidente da Assembleia da República e é Presidente da Comissão Executiva para a Celebração dos 600 Anos; Emanuel Janes e Marcelino de Castro, no âmbito da História, da Cultura e das Mentalidades.
As sessões, nesta configuração trifásica, compõem um quadro destes momentos históricos, atualizado e refletido nas suas várias componentes e dimensões, quadro esse que fomenta e desenvolve por si uma comparação com o presente, que é de comemoração, mas igualmente de compreensão desta esquecida dimensão da nossa História.
A exposição encenada e a tertúlia são abertas ao público, com entrada condicionada às restrições impostas pelas medidas de segurança devido à pandemia da Covid-19. É obrigatório o uso de máscara.