O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira afirmou hoje que é “tempo de o Estado olhar para os portugueses” que vivem na Madeira. As palavras de José Manuel Rodrigues foram registadas na abertura das Jornadas Madeira 2020, uma organização do JM com o apoio do parlamento madeirense, que decorre no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira. “Sem querer deitar mais achas para a fogueira, mas interpretando o sentir largamente maioritário do nosso povo, entendo que é tempo de o Estado olhar para os portugueses que aqui vivem e responder positivamente às nossas aspirações”, disse. José Manuel Rodrigues apontou os caminhos ao Estado, entre eles “libertar a região dos limites de endividamento; autorizar uma moratória das duas próximas amortizações da dívida da região à República; negociar com a União Europeia uma reprogramação dos Fundos comunitários para responder às novas necessidades; e finalmente, criar uma subvenção para a aplicação de um Programa de Recuperação Económica e Social para a nossa Região Autónoma”.
O Presidente do principal órgão de governo próprio da Região lembrou as dificuldades dos cidadãos e das empresas para dizer que “não podemos esperar mais tempo. A Região, tal como as empresas, precisam de dinheiro aqui e agora, antes que seja tarde demais”. Vincou que “a Lei e a Razão estão do nosso lado. Resta-nos lutar até ao fim pela nossos Direitos, em nome do superior interesse que é o Bem Comum dos Madeirenses e dos Porto-santenses”.
Entende José Manuel Rodrigues que “temos pela frente o maior desafio das últimas décadas”. Alerta que “há cenários e estimativas diversas, todos elas negativas e, portanto, só há uma certeza: o futuro exige de todos nós uma postura de grande entrega e entreajuda para que não seja excessivamente sombrio”.
“A Região não tem meios para sair com recursos próprios da calamidade económica e social para a qual caminhamos, e só com a solidariedade do Estado e da União Europeia será possível inverter a recessão e ter alguma retoma económica, a médio prazo, mantendo a paz social que vivemos nas últimas décadas”, salientou.
José Manuel Rodrigues lembra ao Governo português que “foi a própria União Europeia que chamou a atenção de Portugal para a necessidade de apoiar prioritariamente e com maiores verbas, as regiões do Algarve, dos Açores e da Madeira, por serem economias muitos dependentes do Turismo, setor que será dos últimos a retomar a atividade e dos últimos a recuperar desta crise, face à recessão económica nos diversos países, à falta de confiança dos mercados emissores, aos problemas da aviação e às exigências no controlo sanitário nas fronteiras, entre outros entraves e problemas”.
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira enalteceu “a excelente cooperação institucional existente durante o Estado de Emergência entre o Sr. Representante da República, o Governo Regional e este Parlamento que permitiu ultrapassar com celeridade entraves legais e burocráticos a ter um eficaz e rápido combate ao surto do coronavírus”.
“Julgo ser meu dever, até porque esse é o sentimento de todos os madeirenses, enaltecer a forma corajosa como o Governo tomou um conjunto de medidas difíceis que permitiram um rápido confinamento das nossas ilhas, com resultados reconhecidamente positivos na travagem da disseminação do vírus e no facto de não termos, até ao momento registado nenhuma fatalidade, o que pode constituir, a curto prazo, uma mais valia em termos económicos, designadamente quanto à segurança sanitária dos nosso destino turístico”, disse. Assinalou ainda o “elevado sentido de responsabilidade da maioria e de todas as oposições na gestão da crise, apoiando as medidas do Governo, mesmo as mais exigentes e impopulares, num significativo momento de unidade regional, raramente visto na nossa história recente. Só é pena que se tenha quebrado demasiado cedo esse consenso à volta da defesa dos interesses regionais”, lamentou.
José Manuel Rodrigues, Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira