O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira mostrou-se hoje preocupado com o “preconceito e com o complexo” de alguma classe média em pedir ajuda. O receio foi manifestado, esta manhã, durante a visita à Cáritas Diocesana do Funchal.
“Ninguém deve ter preconceito ou complexo de pedir ajuda. Se as pessoas necessitam, se caíram no desemprego, se caíram no lay-off, se as famílias perderam rendimento, existem 5 milhões de euros em diversas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), atribuídos pelo Governo Regional, precisamente para ajudar essas pessoas”, explicou José Manuel Rodrigues.
Por isso deixou um apelo para que as pessoas em dificuldades procurem as “IPSS para que se possa manter a nossa paz social, que é essencial ao nosso desenvolvimento, porque os próximos seis meses vão ser muito difíceis e porque os apoios do Estado e da União Europeia só vão chegar eventualmente no início do próximo ano”, afirmou.
O presidente do parlamento madeirense espera, no entanto, que “nos próximos dias existam boas notícias por parte de Lisboa” em relação aos limites de endividamento da Lei das Finanças das Regiões Autónomas e em relação ao pedido de “uma moratória das duas tranches que a Região tem que pagar do empréstimo à República“, no valor de 97 milhões de euros. Considera que estas duas alterações libertariam “verbas para acudir não só às questões sociais, mas também à nossa economia que está a passar por um momento extremamente difícil”.
Fundo de Emergência Social da Cáritas já chegou a mais de 20 pessoas
A Cáritas Diocesana do Funchal foi uma das 16 entidades abrangidas pelo Fundo de Emergência Social criado pelo Governo Regional da Madeira. Esta instituição ligada à Igreja Católica tem para gerir 500 mil euros para auxiliar a população das freguesias de Santa Luzia, da Sé e de Santa Maria Maior. O presidente da Cáritas Diocesana do Funchal confirmou a conclusão de 7 processos de 7 famílias, grande parte da freguesia da Sé. Duarte Pacheco explica que o apoio “visa acima de tudo alimentação, o bem-estar das famílias, os produtos de higiene, o pagamento de rendas não sociais”, uma vez as rendas sociais já são comparticipadas pelo Governo Regional, “o pagamento de propinas dos estudantes que estejam deslocados da Região e o pagamento de rendas desses mesmos alunos”.
Até ao dia 31 de dezembro as pessoas com carências podem pedir ajuda à Cáritas, ao abrigo deste projeto que tem o valor de meio milhão de euros.
Já o Bispo do Funchal também confirma existir uma classe média que não está acostumada à caridade. “A situação social começou agora a sentir-se com todos os seus problemas e vai agravar-se”, disse D. Nuno Brás. Garantiu que “vamos fazer tudo o que está ao nosso alcance para que todos estes problemas sociais que vão surgir sejam minorados”. No entanto o Bispo do Funchal lembra que “quem não for elegível para este projeto” pode ser abrangido por outras ajudas que a Cáritas continua a prestar.
Devido à pandemia da Covid-19, o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira reforçou a aposta no projeto “Parlamento Mais Perto Social” com o apoio direto às instituições particulares de solidariedade social. O parlamento madeirense já dispensou 26 mil euros para o apoio solidário, através do corte nas despesas correntes.
Visita do Presidente da Assembleia Legislativa à Cáritas Diocesana do Funchal
José Manuel Rodrigues, Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira
Duarte Pacheco, Presidente da Cáritas Diocesana do Funchal
D. Nuno Brás, Bispo do Funchal do Funchal
José Manuel Rodrigues, Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira 29.05.2020
Duarte Pacheco Cáritas 29.05.2020.mp3
D, Nuno Brás, Bispo do Funchal 29.05.2020