O Diretor do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM), Bruno Freitas, confirmou hoje que “tem havido um decréscimo de colheitas de sangue ao longo do ano” que está a ser acompanhado por uma “uma redução das cirurgias programadas”, motivados pela pandemia da Covid-19, mas deixou um apelo aos dadores para que continuem as dádivas, garantindo ser segura a deslocação ao hospital.
As declarações foram produzidas durante audiência dos dirigentes da Associação de Dadores de Sangue da Região Autónoma da Madeira (ADSRAM) com o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.
A Região continua a ser autossuficiente “em termos de reservas estratégicas de componentes sanguíneos”, mas o médico lembra que esta é uma situação excecional. O Hospital Central do Funchal quer retomar “o mais rápido possível toda a atividade assistencial” e por isso Bruno Freitas apela aos dadores para continuarem a dar sangue para não “entrarmos em graves dificuldades. A nossa autossuficiência pode ser equacionada”, disse. Mesmo perante os constrangimentos provocados pela pandemia “continua a ser seguro dar sangue”, garantiu o médico responsável pelo Serviço de Sangue e Medicina Transfusional.
As doações obrigam a um agendamento prévio para evitar aglomerados de dadores.
Dádivas de sangue são importantes porque é preciso acudir a todas as patologias
Os novos dirigentes da ADSRAM apresentaram cumprimentos ao Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, numa deslocação que se enquadra numa estratégia de sensibilização “das autoridades regionais para a necessidade de dádiva de sangue, para a importância do dador e para o trabalho que tem sido desenvolvido pela associação”, salientou José Marques, o enfermeiro que preside à instituição. “A Madeira continua a precisar de sangue, apesar da crise pandémica, para acudir a outras patologias”, reforçou.
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira ficou muito sensibilizado com o trabalho desenvolvido pela Associação de Dadores de Sangue da RAM. José Manuel Rodrigues considera que “todos os madeirenses e porto-santenses têm uma dívida de gratidão para com os dadores de sangue”, porque é através destas pessoas que “muitas vezes se salvam vidas e se tratam pessoas”. Acrescentou que a “Madeira tem que manter a sua reserva de sangue estratégica para prevenir eventuais acidentes”. José Manuel Rodrigues vincou por isso o apelo às dádivas, porque “os hospitais continuam a precisar de sangue e o SESARAM continua a precisar de dadores”.
O Presidente da Assembleia Legislativa lembra que a Madeira tem um “regime jurídico de apoio aos dadores de sangue. Um conjunto de direitos e de deveres que são muito importantes para se incentivar as pessoas que queiram ser dadoras, que está perfeitamente atual”, concluiu, “porque elenca um conjunto de direitos que não existe a nível nacional”.
A Região tem cerca de 3 mil pessoas que regularmente se deslocam, ao longo do ano, ao Serviço de Sangue e Medicina Transfusional para dar sangue.
Bruno Freitas, Diretor do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional (áudio)
José Marques, Presidente Ass Dadores Sangue (áudio)
José Manuel Rodrigues, Presidente ALRAM 19.11.2020 (áudio)