“Pedaços de Esperança” é o segundo livro de poesia do padre José Luís Rodrigues, apresentado hoje no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira. A obra é composta por 181 poemas repartidos por quatro capítulos: Luz, Sentimento, Futuro e Esperança. O autor quis agrupar os poemas em temáticas, com palavras fortes, para orientar os leitores no fio condutor do pensamento.
O capítulo da Luz, presença constante nos poemas, reflete um pensamento sobre as coisas e sobre as injustiças.
No agrupamento do Sentimento, José Luís Rodrigues lança um olhar sobre o quotidiano e a ameaça aos valores que estão na génese das sociedades democráticas, como a Igualdade, a Fraternidade e a Liberdade.
Quando fala de Esperança, José Luís Rodrigues reconhece que o momento atual é de “grande incerteza” e por isso “precisamos de esperança, porque a esperança é o melhor que a humanidade pode ter. É o alicerce da nossa construção humana e social”, refere. Salienta que não se “trata de um livro de poesia para ler de investida, mas para ir lendo. Cada poema é um pedaço de esperança sobre o mundo que a perde frequentemente”, disse.
A apresentação da obra “Pedaços de Esperança” foi feita pelos professores universitários Luísa Paolinelli e Nelson Veríssimo. Luísa Paolinelli afirmou que “o padre José Luís Rodrigues constrói uma verdadeira metafísica viajando sempre entre as leis biológicas e as leis de Deus”. Pela análise feita pela docente académica “esta poesia de temática metafísica e religiosa pertence de facto à literatura e à cultura humana no plano antropológico”.
Já Nelson Veríssimo começou por chamar a atenção para o lirismo telúrico, “onde o escritor evidencia nos poemas o amor à terra onde nasceu”, o Jardim da Serra. O historiador destaca ainda o lirismo religioso, onde aparecem “muitos termos de um padre poeta que tem uma preocupação de intervenção social”.
O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira também entende este livro como uma obra “da ilha para o mundo”. “É a partir da ilha, que num verdadeiro banquete da palavra, o poeta nos inunda de reflexões e pensamentos sobre os grandes temas que inquietam a humanidade”, destacou José Manuel Rodrigues. “Nunca como agora precisamos de ter esperança e de sermos inconformados, inquietos, para ter essa esperança”. E concluiu recomendando a leitura. “Vai-vos fazer bem, porque precisamos de esperança para continuar a caminhada”.
De índole humanista, os poemas em “Pedaços de Esperança” deixam transparecer a condição religiosa e o pensamento do sacerdote sobre o tempo, por vezes seguro pelas mãos da esperança e noutras que escorre por entre os dedos, como retrata a capa do livro que tem uma pintura de Emanuel Aguiar, denominada de “Representação do Tempo”.
Apresentação do Livro Pedaços de Esperança (áudio)