Encíclica Fratelli Tutti apresentada no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira

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A Assembleia Legislativa da Madeira acolhe no próximo dia 28 de outubro, pelas 18 horas, uma mesa redonda, promovida por um grupo de cidadãos, para a “Apresentação da Encíclica Fratelli Tutti, sobre a Fraternidade e a Amizade Social”. A moderação está a cargo do padre José Luís Rodrigues. Para este...

XII Legislatura, II Sessão Legislativa Conferência
Encíclica Fratelli Tutti apresentada no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira
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A Assembleia Legislativa da Madeira acolhe no próximo dia 28 de outubro, pelas 18 horas, uma mesa redonda, promovida por um grupo de cidadãos, para a “Apresentação da Encíclica Fratelli Tutti, sobre a Fraternidade e a Amizade Social”. A moderação está a cargo do padre José Luís Rodrigues.

Para este debate foram convidados os líderes dos partidos representados no parlamento madeirense. Miguel Albuquerque (PSD), Paulo Cafôfo (PS), Rui Barreto (CDS-PP), Élvio Sousa (JPP) e Edgar Silva (CDU) são os dirigentes a quem foi feito o convite para o debate sobre o documento onde se afirma o respeito do fundamento da fraternidade.

O apelo à abertura universal da fraternidade é uma forma de chamar a atenção para o aumento de correntes inspiradas num nacionalismo de exclusão («nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos» – assim referidos na encíclica – n. 11). Neste documento, o Papa Francisco desfaz os receios da perda das identidades nacionais, num mundo cada vez mais globalizado. Esta abertura à fraternidade não exclui os estrangeiros e refere mesmo que «uma pessoa e um povo só são fecundos se souberem criticamente integrar no seu seio a abertura aos outros» (n. 41). «Ao olhar para si mesmo do ponto de vista do outro, de quem é diferente, cada um pode reconhecer nele as peculiaridades da sua própria pessoa e cultura, as suas riquezas, peculiaridades e limites».

Sobre o funcionamento da economia são questionadas as posições de que o mercado é a solução para todos os problemas. Um pensamento «pobre, repetitivo, que propõe sempre as mesmas receitas para qualquer problema que surja» (n. 168).

Já sobre o combate à pobreza, o Papa afirma que os subsídios devem ser sempre «um remédio provisório para enfrentar emergências». O objetivo, salienta, deve ser o de de conseguir uma vida digna através do trabalho. «O trabalho é uma dimensão essencial da vida social, porque não é só um modo de ganhar o pão, mas também um meio para o crescimento pessoal, para estabelecer relações sadias, expressar-se a si próprio, partilhar dons, sentir-se corresponsável do mundo e, finalmente, viver como povo» (n. 162). Também enaltece o empresário que cria oportunidades de trabalho para todos de «modo de desenvolver as capacidades que Deus nos deu e as potencialidades de que encheu o universo» (n. 123).

Entre os muitos pontos focados na Encíclica, estão a especulação financeira, que condiciona o preço dos alimentos e que provoca a fome em muitas pessoas, e  a dívida dos países mais pobres, que deve ser paga, mas «não deve comprometer a sua subsistência e crescimento» (n. 126).

O Papa apela ainda a todas as formas de diálogo. «O diálogo social autêntico pressupõe a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro, aceitando como possível que contenha convicções ou interesses legítimos» (n. 203). «De todos se pode aprender alguma coisa, ninguém é inútil, ninguém é supérfluo» (n. 210). O diálogo, proposto na Encíclica, está associado à missão da política, definida como «sublime vocação, uma das formas mais preciosas de caridade, porque busca o bem comum».

 

Estes devem ser alguns dos temas para reflexão no debate para o qual foram desafiados os líderes partidários, mas também toda a sociedade madeirense. O evento é aberto ao público, apesar de condicionado às regras de saúde pública por causa da pandemia da Covid-19.

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