Todos os partidos representados na Assembleia Legislativa da Madeira destacaram a importância do 25 de Abril no desenvolvimento da Região e do país.
O PSD começou por salientar que “abril não é uma conquista de 74” mas uma conquista de todos os dias. “Passados 47 anos encontramos perante uma outra batalha”, a da pandemia da Covid-19, destacou a deputada Sónia Silva. Apesar de tudo considera que a Madeira tem sabido “responder positivamente a este momento difícil, e muito desse mérito deve-se à experiência governativa dos últimos anos, de rigor e boa gestão financeira”, vincou.
“Sabemos que os nossos governantes têm feito o caminho sozinhos, e que lamentavelmente, em falta e distante, mantém-se o Estado”. Os sociais democratas consideram que “a República e os seus governantes não têm assumido as suas responsabilidades para com as Regiões Autónomas”.
Paulo Cafôfo, deputado do PS, começou por lembrar a pandemia veio limitar a Liberdade. “Limitações imprescindíveis para sairmos desta crise sanitária o quanto antes”, reconheceu. No entanto, vincou que a liberdade coletiva, a liberdade de Abril, não se limita, não se restringe, não se amordaça e é hoje mais importante do que nunca afirmar os seus valores”.
Afirmou também, que passados 47 anos, “na Região Autónoma da Madeira há muito por conquistar e muito por fazer”. Pediu uma gestão pública, transparente e clara para que a “cidadania plena” seja alcançada.
O parlamentar socialista garantiu que “o PS está disponível para os consensos necessários em matérias centrais para os madeirenses e porto-santenses, como é o caso das finanças regionais e do aprofundamento da autonomia”.
Os desafios colocados pela pandemia “é uma oportunidade para as sociedades se organizarem de outra forma, valorizando princípios, e atitudes de colaboração, interajuda, respeito e clareza nos princípios e na forma de estar na política”, rematou Paulo Cafôfo.
O Plano de Recuperação e Resiliência “é a oportunidade de mudarmos o modelo de desenvolvimento que tem sido seguido em 47 anos de democracia”, concluiu.
Já o CDS-PP, pela voz da Ana cristina Monteiro, aproveitou o momento para enaltecer “o trabalho feito pelo Governo Regional, quer na contenção do vírus quer na manutenção da economia, com limitações, mas sem o encerramento total das nossas atividades”.
“No dia em que comemoramos a nossa Liberdade, aproveito para recordar ao Governo da República que o Estado deve assegurar um tratamento imparcial, justo e equilibrado entre todo o seu território nacional”, disse, e pediu mais atenção para os emigrantes portugueses.A deputada pediu ainda celeridade na disponibilização dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O JPP focou o discurso nas consequências da pandemia para dizer que os apoios públicos regionais e nacionais foram insuficientes para evitar o desemprego. O deputado Paulo Alves apontou o dedo “às burocracias, à falta de orientação e de ajuda na elaboração das candidaturas” para dizer que apesar dos apoios não foi possível “evitar despedimentos” e o consequente aumento da taxa de desemprego.
O partido Juntos Pelo Povo “prestou reconhecimento público” aos profissionais de saúde, mas entende que a pandemia “não pode servir para justificar os problemas que existem há anos no Serviço Regional de Saúde”. Paulo Alves apontou ainda a falta de diálogo entre os governos regionais e da república, “que só têm prejudicados os madeirenses e porto-santenses”, como exemplos apontou o projeto do novo hospital e o ferry, para as ligações entre a Madeira e o continente.
O deputado único do PCP recordou que a ‘revolução’ provocou "profundas transformações políticas, económicas, sociais e culturais", mas considera que atual conjuntura pandémica demonstra a necessidade de “reforçar os valores de Abril no presente e no futuro de Portugal”. “Hoje são as conquistas de Abril que estão a ser decisivas na resposta aos problemas causados pelos efeitos da pandemia Covid-19”, vincou. “Como seria o combate à pandemia ser não existisse o Serviço Nacional de Saúde e os subsistemas regionais de saúde na Regiões Autónomas?”, questionou Ricardo Lume valorizar a importância destas conquistas.
Apontou o aumento do desemprego na Madeira que diz ser “reflexo de um modelo económico assente na precariedade laboral e nos baixos salários que empurram milhares de trabalhadores para a pobreza e para a exclusão social”.