“Um povo que esquece a sua História é um povo que não tem futuro”, afirma José Manuel Rodrigues

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O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira destacou, hoje, na cerimónia de inauguração do monumento em Homenagem dos Combatentes da Calheta na Guerra do Ultramar, que decorreu no jardim dos Paços do Concelho da Calheta, o quão imperioso é reconhecer o espírito de missão e patriotismo daqueles...

XII Legislatura, II Sessão Legislativa PresidentePresidente
“Um povo que esquece a sua História é um povo que não tem futuro”, afirma José Manuel Rodrigues
“Um povo que esquece a sua História é um povo que não tem futuro”, afirmou José Manuel Rodrigues, na cerimónia de Homenagem aos Combatentes da Calheta na Guerra do Ultramar
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O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira destacou, hoje, na cerimónia de inauguração do monumento em Homenagem dos Combatentes da Calheta na Guerra do Ultramar, que decorreu no jardim dos Paços do Concelho da Calheta, o quão imperioso é reconhecer o espírito de missão e patriotismo daqueles que deram o corpo às balas pela sua nação. “Não se trata de uma questão ideológica ou política. Trata-se de prestar um justíssimo reconhecimento aos que foram obrigatoriamente recrutados para defender a Pátria nos territórios ultramarinos.”, afirmou José Manuel Rodrigues, na sua intervenção, fazendo questão de felicitar o Município da Calheta e o Núcleo do Funchal da Liga dos Combatentes pela iniciativa deste tributo.

O líder do primeiro órgão de governo próprio da Região sublinhou que a História e os seus protagonistas não podem ser esquecidos e que, “no caso de Portugal, não temos de ter vergonha da nossa História, antes pelo contrário, mesmo quando hoje podemos concluir que alguns dos seus períodos não são motivo de honra ou orgulho e são motivo de séria reflexão.” Aludindo aos momentos gloriosos, sem esquecer, porém, os capítulos menos felizes, José Manuel Rodrigues acredita que a História de um país deve ser olhada “em plenitude, com as virtudes e os defeitos, valorizando o que fizemos bem e aprendendo com o menos positivo”, aproveitando a ocasião não só para manifestar o “profundo respeito” e a “admiração” por todos aqueles que combateram pela sua pátria, sendo dignos merecedores da homenagem prestada pela autarquia da Calheta, mas também para defender o direitos destes à justiça social. “O direito a terem pensões dignas; o direito a terem acesso facilitado aos serviços de saúde; o direito de terem benefícios fiscais e sociais adequados às suas condições. Não se trata de privilégios; trata-se de prestar justiça a quem muito deu à Pátria e dela nem sempre recebeu o devido reconhecimento.”, disse.

“Um povo que esquece a sua História é um povo que não tem futuro. Um povo que não tem memória é um povo que pode voltar a incorrer em erros graves.”, acrescentou, lembrando que a colonização e a descolonização dos territórios ultramarinos são, ainda hoje, situações traumáticas na sociedade portuguesa.”

No dia em que se prestou homenagem à bravura dos filhos do concelho que, naquela época, partiram sem saber se regressariam à terra que os vira nascer, o Presidente do parlamento madeirense recordou as palavras proferidas pelo general José Vicente de Freitas, “um ilustre filho da Calheta”, que chefiou o Governo de Portugal na primeira República, e combateu no Corpo Expedicionário Português na Primeira Guerra Mundial: “não há direito de esquecer, quando se pensa em fazer uma lei, seja de que natureza for, o princípio, de que as leis não criam sentimentos, antes têm de ser a expressão…” Expressão “desses mesmos sentimentos”, concluiu José Manuel Rodrigues, notando que “este pensamento se adequa à realidade dos nossos combatentes e das suas famílias, que tardam em ver o Estado reconhecer, plenamente, os seus direitos e em compensá-los dos enormes prejuízos que tiveram na sua vida devido à guerra que travaram em nome de Portugal.”

O monumento erguido em homenagem aos Combatentes calhetenses no Ultramar é da autoria da artista plástica Patrícia Sumares, também ela uma filha do concelho.

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