O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira enalteceu, hoje, o trabalho das congregações e da Igreja Católica na Madeira. As palavras de José Manuel Rodrigues foram registadas na presentação do livro “DEHONIANOS, A Força da Disponibilidade – História de uma Congregação Empreendedora em Portugal”, com direção científica de José Eduardo Franco e Eugénia Abrantes.
“As minhas primeiras palavras são de saudação e agradecimento aos Dehonianos, pela sua ação em prol da educação, da saúde e da solidariedade social nesta Região, saudando o seu Superior Provincial, o padre João Nélio Pereira, natural da nossa terra.
Mas queria tornar este meu reconhecimento extensivo a toda a Igreja madeirense, aqui representada pelo seu Bispo, Dom Nuno Brás, que ao longo de seis séculos fez um trabalho notável na instrução, assistência e saúde dos nossos cidadãos”, começou por salientar.
Vincou que “ainda hoje, uma boa parte dos serviços prestados à nossa comunidade, quer na educação quer na saúde, são de congregações e instituições da Igreja Católica, e este facto deve ser sempre sublinhado, mas sobretudo lembrado, quando, pela Europa, mas também pelo nosso país, se fazem ouvir, felizmente sem muito eco, algumas vozes que pretendem apagar as nossas origens judaico-cristãs e a nossa matriz católica, que levámos pelo mundo fora e da qual nos devemos orgulhar”.
“O sonho do então arcebispo madeirense D. Teodósio Gouveia de ter um seminário no Funchal, que preparasse missionários para as colónias portuguesas, foi concretizado por dois padres italianos, que, aqui chegados, souberam transformar as dificuldades em oportunidades, primeiro, ajudando o Padre Laurindo Pestana na sua Escola de Artes e Ofícios e, depois, erguendo o Colégio do Sagrado Coração de Jesus, que ainda hoje marca a paisagem do nosso belo Funchal”, disse José Manuel Rodrigues.
“Como Presidente da Assembleia Legislativa, direta representante do povo da Madeira e do Porto Santo, o meu Muito Obrigado pelo que fizeram, pelo que fazem, e por aquilo que, estou certo, farão por esta Região e pelo seu povo, e pelos valores e princípios que dão corpo à identidade madeirense”, concluiu.
A História de uma Congregação Empreendedora em Portugal
O livro “DEHONIANOS, A Força da Disponibilidade – História de uma Congregação Empreendedora em Portugal”, tem a direção científica de José Eduardo Franco e Eugénia Abrantes. José Eduardo Franco salientou que para além de um documento científico, histórico e religioso, o livro pretendeu ser ainda uma obra de arte editorial.
Fundados na segunda metade do seculo XIX por um jovem padre francês que acreditava num mundo melhor, os Sacerdotes do Coração de Jesus, hoje mais conhecidos como Dehonianos, projetaram-se a nível global erguendo uma das mais inovadoras congregações religiosas da Igreja Católica. Apaixonados pelo ideal do seu fundador, Padre Dehon, de estabelecer o amor de Deus no coração da humanidade, edificaram seminários, colégios, obras de solidariedade e de qualificação social e profissional, missões e residências de espiritualidade em países de quatro continentes”, pode ler-se na ficha técnica.
Os Dehonianos revelaram uma notável capacidade empreendedora em Portugal, onde começaram a implantar-se a partir do ano de 1947, sob a liderança de dois jovens pioneiros italianos, os padres Colombo e Canova. Desde então, desenvolveram, em poucas décadas, uma ação relevante, que permitiu estabelecer uma vigorosa província da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus em terras lusas, com uma
diversidade de obras implantadas em diferentes cidades do continente e dos arquipélagos atlânticos. Ao longo de 75 anos, educaram um número considerável de crianças e jovens, formaram sacerdotes e irmãos para trabalhar ao serviço da
Igreja e da sociedade portuguesas e em missões em diferentes países, como
Moçambique, Madagáscar, Angola e India.
Alberto João Jardim destaca trabalho de “heróis anónimos”
Foi ao ex-Presidente do Governo Regional da Madeira a quem coube fazer a apresentação do livro. “Estes Homens que fizeram e fazem a congregação Dehoniana são heróis anónimos”, enfatizou Alberto João Jardim vincado que as opções assumidas desafiaram a complexidade deste mundo global.
“O padre Dehon quer que a igreja intervenha e alimentas as almas. Intervenha para, em permanência, formar e apontar caminhos às pessoas”, disse.
O antigo governante madeirense destacou a obra dos “padres do Coração de Jesus” e a “sua integração no “reforço da construção da Madeira pela igreja católica, nomeadamente nos planos da solidariedade social, da educação, da cultura, das artes e da saúde”.
Alberto João Jardim aponta o Colégio Missionário como uma das grandes marcas dos padres Dehonianos na Madeira, “onde passou a funcionar um seminário de excelência, e que deu aos quatro cantos do Mundo, tantos e tão bem preparados sacerdotes que honraram e honram a Madeira.
Início do trabalho dos Dehonianos na Madeira e no continente português dava um filme, afirma o Bispo do Funchal
O Bispo do Funchal fala de um livro muito bem-apresentado, em termos gráficos, e que “espelha aquilo que é a presença dos Dehonianos na nossa ilha, no país e na Igreja.” Trata-se de “um livro que dava um verdadeiro filme, este início da congregação em Portugal e na Madeira”, afirmou, em tom de desafio aos promotores da obra, D. Nuno Brás. “É muito interessante vermos aquilo que são os Dehonianos hoje e o que foram no início”.
Apresentação livro Dehonianos (vídeo)
Apresentação livro Dehonianos 09NOV2021 Funchal (mp3)