A Navegação Aérea de Portugal – NAV Portugal diz não ter condições financeiras para a compra de dois equipamentos para o Aeroporto da Madeira, no valor de 4,5 milhões de euros, e aguarda que o projeto seja financiado pelo Orçamento do Estado. A garantia foi dada por Egídia Martins, vogal do conselho de administração da NAV, na audição realizada, esta manhã, pela Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo “sobre o financiamento das conclusões do Grupo de Trabalho para o Estudo dos Problemas da Operação Aérea no arquipélago da Madeira”.
O pedido de audição surgiu na sequência do estudo produzido pelo segundo grupo de trabalho sobre os problemas de operacionalidade aérea na Madeira. O relatório dá conta dos principais condicionalismos do arquipélago, entre eles “a localização do aeroporto, que é perpendicular aos ventos, a orografia e a construção do aeroporto, que provocam situações de insegurança de aproximação pela pista 23”, explicou Carlos Rodrigues, presidente da Comissão especializada. Além disso tem havido um aumento da intensidade média do vento e há que salientar que os limites estabelecidos nos anos 60, efetuados quando a pista tinha uma orientação mais curta, nunca foram alterados. De acordo com os dados “as situações de inoperacionalidade do aeroporto passaram de 1 dia por ano para 9 dias por ano”, referiu.
“A Universidade da Madeira concluiu que a inoperacionalidade tem um impacto financeiro de cerca de um milhão de euros para as companhias aéreas”, salientou Carlos Rodrigues, que alertou também para os impactos económicos para uma região muito dependente do turismo.
“O Grupo de Trabalho para o Estudo dos Problemas da Operação Aérea no arquipélago da Madeira concluiu que através da instalação de dois equipamentos (RADAR DE BANDA X e LIDAR) será possível conhecer melhor os efeitos das condições atmosféricas e garantir mais segurança à operação”, explicou Carlos Rodrigues.
“A NAV está empenhada em garantir desde o início as melhores condições de segurança e de operação no Aeroporto da Madeira”, afiançou Egídia Martins, adiantando que a empresa “está numa situação financeira bastante delicada, tem um endividamento elevado junto da banca, e precisa que este projeto seja financiado na totalidade pelo Orçamento do Estado, ou por outras formas, conforme o grupo de trabalho concluiu”.
Adiantou também que a empresa está em condições para avançar com o concurso público, mas ainda recebeu qualquer garantia da tutela do financiamento deste projeto.
Nos próximos cinco anos, a NAV prevê investir nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo cerca de 10 milhões de euros, nos sistemas de controlo aéreo, sendo que o objetivo é tornar o aeroporto do Porto Santo “um aeroporto alternante”. “Só a nova torre do Aeroporto da Madeira está orçamentada em cerca de cinco milhões de euros”, garantiu.
2ªCE-Audição Conselho Administração NAV (áudio)