José Manuel Rodrigues afirma que “compete aos Governos, aos Parlamentos e aos Municípios estarem atentos a esta realidade e usarem todos os instrumentos ao seu dispor, nomeadamente os fiscais, para minimizarem as consequências desta estagflação, em especial na vida daqueles que têm menos rendimentos e são mais carenciados, e das pequenas e médias empresas que sobrevivem com imensos sacrifícios”. As palavras foram registadas, hoje, na Sessão Solene do Dia do Município de Machico, que se assinalou nos Jardins do Solar do Ribeirinho.
“A designada estagflação que já vinha a germinar com a pandemia, com paralisia económica, preços a disparar e juros a aumentar, pode ganhar uma outra dimensão, se esta guerra se prolongar, e ameaça o crescimento económico que se previa para os próximos anos”, disse.
“Esta realidade é, já hoje, sentida pelos trabalhadores, que veem o seu poder de compra diminuir face ao aumento de preços dos bens essenciais, é verificada pelas famílias quando estas se debatem com prestações mais altas de crédito de habitação e é registada pelas empresas que se confrontam com o crescimento dos custos dos combustíveis e das matérias-primas”, explanou.
O Presidente do Parlamento madeirense considera que “há razões para preocupação, pois, ainda agora nos reerguíamos de uma crise sanitária que provocou ruturas no tecido económico e social e já corremos sérios riscos de cair numa nova situação de dificuldade para as famílias e as empresas”.
Ainda assim, José Manuel Rodrigues vincou que “neste quadro de dificuldades, há também boas notícias, designadamente a recuperação a que se assiste nos diversos setores económicos da Madeira e do Porto Santo, especialmente no turismo, no imobiliário, nos serviços e nas empresas tecnológicas”.
“Se conseguirmos manter esta retoma, se aplicarmos bem, e com caráter reprodutivo, as elevadas verbas do Programa de Recuperação Económica e Resiliência; se alcançarmos uma boa execução do novo Quadro Comunitário de Apoio 2023-2030; se a União Europeia der corpo e músculo à nova Estratégia para as Regiões Ultraperiféricas, então, há fundadas esperanças de que podemos lançar um novo período de prosperidade e desenvolvimento nas nossas ilhas”, rematou.
Reforçou, em género de conclusão, que “este desafio, de iniciar um novo ciclo de progresso na nossa Região, exige uma grande articulação entre Governo e autarquias, empresas e trabalhadores, instituições e famílias, para que esse ciclo venha a representar um salto qualitativo nos nossos níveis de vida, redistribuindo com mais justiça a riqueza criada, criando emprego qualificado e mais bem remunerado, e gerando novas oportunidades para todos”, esperando assim uma união de esforços do povo de Machico e de todos os madeirenses para minimizar os efeitos da crise económica que está a abalar o mundo, em especial a Europa.
José Manuel Rodrigues 08Maio2022 (áudio)