Madeira já acolheu mais de 280 refugiados da Ucrânia

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À Madeira já chegaram cerca de 280 ucranianos, fugidos da guerra, confirmou a representante na Região da Associação dos Ucranianos em Portugal, na audiência desta manhã com o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira. “Temos tido alguma dificuldade no alojamento, mas estamos a tentar ajudar...

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Madeira já acolheu mais de 280 refugiados da Ucrânia
A representante na Madeira da Associação dos Ucranianos em Portugal, Valentyna Chan, foi esta manhã recebida em audiência pelo Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira. Antes foi aplaudida de pé por todos os deputados madeirenses.
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À Madeira já chegaram cerca de 280 ucranianos, fugidos da guerra, confirmou a representante na Região da Associação dos Ucranianos em Portugal, na audiência desta manhã com o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira. “Temos tido alguma dificuldade no alojamento, mas estamos a tentar ajudar todos”, confirmou Valentyna Chan. Quem quiser ajudar os cidadãos ucranianos com habitação deverá “registar-se na Secretaria Regional da Inclusão Social e Cidadania”, onde irá preencher um formulário, mencionando a tipologia da residência e a sua localização.

Na Madeira decorre uma campanha de recolha de donativos que estão a ser enviados para a Ucrânia. Bens alimentares e medicamentos são os produtos mais necessitados. “Não é preciso mais de roupa, até porque em tempos de guerra não mudamos de roupa constantemente”, disse a representante da Associação.

Os produtos recolhidos seguem da “Madeira para Lisboa, e daí para a fronteira da Polónia, onde estão abertos corredores para a Ucrânia. Os contentores têm espaço limitado e por isso tentamos aproveitar o espaço apenas com os produtos estritamente necessários”. Cada viagem com ajuda humanitária de camião, entre Portugal e a Ucrânia, custa cerca de 7 mil euros. “Engloba gasóleo, coletes prova bala, alimentação e descanso dos voluntários”, explicou Valentyna Chan. O transporte entre a Madeira e Lisboa é suportado pelo Grupo Sousa.

Antes da guerra, na Madeira viviam entre 200 a 300 ucranianos.

Valentyna Chan nasceu em Kiev é filha de um casal vítima da guerra. “O meu pai foi um refugiado da guerra do Vietnam e a minha mãe nasceu em plena 2.ª Guerra Mundial e não conheceu os pais, devido à guerra”, revelou aos jornalistas. “Na minha casa sabe-se muito bem o que é a guerra”. Aos 18 anos, em 1997, veio para a Madeira como atleta profissional de ténis de mesa. Fez o curso de biologia, na Universidade da Madeira, e é na Região que trabalha.

O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira quis saber como estava a decorrer a operação de solidariedade, centrada no Centro de Logística da Cancela – Logislink Madeira, onde trabalham muitos voluntários. Manifestou toda a disponibilidade do Parlamento para ajudar a Associação dos Ucranianos em Portugal, “dentro das nossas competências e deveres”, disse José Manuel Rodrigues.

Simbolicamente, o Presidente do primeiro órgão de governo próprio entregou o voto de protesto aprovado no Parlamento madeirense, a 24 de fevereiro, no primeiro dia da guerra, onde a Assembleia Legislativa da Madeira manifestou um “veemente protesto contra a invasão da Ucrânia por decisão dos líderes da Rússia numa clara violação do Direito Internacional e das convenções da ONU”, Organização das Nações Unidas. O “Parlamento da Madeira apela à cessação desta guerra que constitui uma ameaça real à segurança europeia e mundial, e manifesta a sua solidariedade ao povo da Ucrânia”, concluiu o protesto aprovado com os votos dos deputados madeirenses, à exceção do deputado do PCP que votou contra.

Valentyna Chan (áudio)
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