Sem memória histórica o mundo fica mais perigoso, alerta Rubina Berardo que hoje recebeu a Medalha de Gratidão da Arménia

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A audiência concedida pelo Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, foi o momento escolhido pelo Governo da Arménia para atribuir a Medalha de Gratidão a Rubina Berardo, ex-deputada do PSD na Assembleia da República, eleita pelo círculo eleitoral da Madeira. “Os...

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Sem memória histórica o mundo fica mais perigoso, alerta Rubina Berardo que hoje recebeu a Medalha de Gratidão da Arménia
A distinção vem na sequência da aprovação do Voto de Pesar N.º 819/XIII “Em evocação das vítimas do genocídio arménio de 1915”, aprovado na Assembleia da República em 2019. Rubina Berardo foi uma das subscritoras do documento. A cerimónia decorreu na presença dos líderes parlamentares , do deputado único do PCP e dos familiares da ex-deputada do PSD.
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A audiência concedida pelo Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, foi o momento escolhido pelo Governo da Arménia para atribuir a Medalha de Gratidão a Rubina Berardo, ex-deputada do PSD na Assembleia da República, eleita pelo círculo eleitoral da Madeira.

“Os parlamentos desempenham um papel único para o avanço das agendas bilaterais políticas, económicas e culturais. Os legisladores de ambos lados podem criar plataformas eficazes e alternativas para os intercâmbios e avançar assim as relações bilaterais”, frisou o Embaixador da Arménia.

“Fomos testemunhos de tais ações por parte de uma mulher corajosa que honrosamente representou a Madeira na Assembleia da República entre 2015 e 2019. – a Sra. Rubina Berardo. A sua posição de princípio em relação a matérias de direitos humanos conduziu à aprovação do Voto relativo ao Genocídio Arménio, no seio da Assembleia da República em abril 2019.

Estamos convictos que ao respeitar a memória das vítimas do crime horrendo perpetrado contra a nação e o povo arménio no Império Otomano entre 1915 e 1923, estamos a dar um contributo à reconciliação entre os povos, para o estabelecimento de boas relações de vizinhança, bem como para a proteção de direitos fundamentais”, afirmou Garen Nazarian.

“É com enorme prazer e uma enorme honra que, em nome do Presidente e do Governo da República da Arménia apresento a Medalha de Gratidão a Rubina Everlien Berardo, em apreço pelo seu papel na promoção das relações de amizade com a Arménia e contribuindo para a proteção dos valores universais.

Muito obrigada Rubina, muito obrigada Madeira, esta terra e povo tão hospitaleiro”, concluiu.

 

Sem memória histórica o mundo fica mais perigoso

“É com sentimento de enorme gratidão de humildade e honra que recebo ante Vós, na ‘casa da democracia madeirense’, das mãos do senhor Embaixador, esta medalha da República da Arménia”, começou por agradecer a ex-deputada do PSD na Assembleia da República.

“A Arménia pode ser um país distante do nosso, mas existem muitos laços entre os nossos países e os nossos povos. Defender os Direitos fundamentais de povos do outro lado da Eurásia e lembrar aqueles que barbaramente morreram no genocídio arménia significa, também, defender os valores universais de Direitos Humanos na nossa vizinhança, ainda para mais num mundo globalizado em ebulição”, salientou Rubina Berardo.

Lembrou a parlamentar que “o voto aprovado em 2019 conduziu ao reconhecimento por parte do Parlamento português do genocídio arménio. O sistema partidário dessa Legislatura aprovou, maioritariamente, e demonstrou saber praticar a cultura da memória. Sem memória histórica o mundo torna-se mais perigoso e somos testemunha disso, hoje em dia”, rematou Rubina Berardo.

 

Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira enaltece trabalho de Rubina Berardo

“O que nos traz hoje aqui, a esta cerimónia, permite-nos pensar na atualidade e na necessidade de todos termos presente a necessidade de cuidar das nossas democracias, para que mais robustamente resistam aos fenómenos, sempre atuais, dos nacionalismos exacerbados, rechaçando a xenofobia e todas as formas de violência e discriminação”, começou por referir José Manuel Rodrigues.

O Presidente do Parlamento madeirense afirmou que “os tempos de guerra que vivemos, no coração da Europa, com repercussões em todo o mundo, interpela-nos e convoca-nos para trabalhar em nome da reconciliação, da paz e do desenvolvimento”, destacando que “face a esses fenómenos existirão sempre homens e mulheres que estiveram, estão e estarão na linha da frente da defesa dos Direitos Humanos e fomentando a ‘cultura da memória’, absolutamente necessária à manutenção dos valores da nossa civilização”.

“Honra-nos a posição assumida pela Senhora Ex-Deputada, na Assembleia da República, Rubina Berardo, com a apresentação e aprovação do Voto, ação que hoje aqui é reconhecida pela República da Arménia, através do seu Embaixador em Portugal.

Rubina Berardo mostrou a sua coragem que muito a honra, e honra o povo a que pertence, na defesa dos Direitos Humanos”, finalizou, José Manuel Rodrigues, agradecendo.

 

Arménia quer reforçar relações comerciais com Portugal

O Embaixador da Arménia em Portugal, Garen Nazarian, manifestou interesse no aprofundamento das relações comerciais entre os dois países.

“Este ano 2022 é um ano muito especial. Celebramos o 30.º aniversário das relações diplomáticas com Portugal. Desde maio 1992 que a Arménia tem desenvolvido a sua parceria e hoje almeja aprofundar ainda mais convosco e com outros parceiros nos ramos executivo e legislativo as ligações em Lisboa e no Funchal, para identificar o vasto potencial por realizar nas nossas relações para benefício dos nossos cidadãos”, começou por salientar o diplomata.

Como justificação para este reforço de relações, apontou a inexistência de “problemas políticos de qualquer natureza entre os nossos dois países” e uma ligação única que é a “Calouste Gulbenkian e o seu exemplar legado deixado aos povos português e arménio. Hoje a Fundação Gulbenkian é um símbolo de solidariedade e uma ponte capaz de unir as nossas nações e culturas no Leste e no Ocidente. Desempenha um papel importante nas áreas educacionais, científicas e culturais em todo o mundo. Ajudar dezenas de milhares de civis atingidos por crises pode parecer uma tarefa impossível quando se está a milhares de km de distância, mas o espírito da amizade do povo português, e especialmente o poder filantropo da Fundação Gulbenkian tem feito um trabalho exemplar na frente humanitária. Em 2020 a Fundação apoiou a ajuda humanitária, dando eco ao apelo da Arménia para uma campanha global de emergência para mitigar as consequências humanitárias da guerra desencadeada pelo Azerbaijão e pela Turquia com a participação de terroristas estrangeiros contra a terra mãe ancestral da Arménia – Artsahk, conhecida como a república do Nagorno-Karabakh”, aclarou.

Garen Nazarian referiu ainda que “a Arménia tem um grande interesse em desenvolver o comércio com Portugal e suas regiões autónomas, abrindo os nossos mercados e apresentando a produção local aos nossos consumidores, bem como a cooperação no âmbito dos intercâmbios académicos e culturais, investigação científica, turismo, tecnologia, energia renováveis, entre outros. Estaria muito grato se também incentivassem os vossos governos e os representantes do setor privado a olhar para as grandes oportunidades que existem na Arménia e também para entrar no enorme mercado da Eurásia através da Arménia, que mantém a sua pertença integral na União Económica da Eurásia”.

Garen Nazarian, Embaixador da Arménia (áudio)
Rubina Berardo, ex deputada PSD na AR (áudio)
José Manuel Rodrigues, Presidente da ALRAM (áudio)

 

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