A Presidente do Instituto de Segurança Social da Madeira garantiu, hoje, na Comissão Especializada de Saúde e Assuntos Sociais, que o número de casos de violência doméstica e sobre os idosos registou uma descida durante a pandemia. “Passámos de 229 casos de atendimentos pela primeira vez de vítimas de violência doméstica, em 2019, para 177 atendimentos em 2020”. O número de idosos atendidos pela primeira vez também diminuiu. “Em 2019 tínhamos 30 idosos, e em 2020 foram 21 os idosos atendidos pela primeira vez”, explicou Micaela Freitas. Apesar da pandemia, a Segurança Social manteve os mesmos serviços de resposta às vítimas.
A Presidente do Instituto de Segurança Social da Madeira foi ao parlamento madeirense, a pedido do PS, prestar esclarecimentos sobre a violência contra a pessoa idosa na Região Autónoma da Madeira. Adiantou que já passaram pela casa abrigo “20 pessoas idosas”.
Micaela Freitas clarificou que neste momento está em vigor o 3.º Plano Contra a Violência Doméstica, que conta com cerca de 20 parceiros, afirmando que tem havido uma perfeita articulação entre as diferentes instituições envolvidas. O Instituto de Segurança Social tem uma vasta equipa a trabalhar nesta área, entre eles psicólogos, assistentes sociais e técnicos de apoio à vítima. “Até agora nenhuma vítima ficou desamparada pela inexistência de recursos”, assegurou.
Teresa Carvalho, coordenadora da Equipa de Apoio à Vítima de Violência Doméstica, reconhece que “não é possível conhecer a dimensão real da violência doméstica”, mas “quanto mais sensibilizações existem mais facilmente se identificam as situações”. A maior parte das denúncias de violência sobre os idosos é feita pelos vizinhos e pelas ajudantes domiciliárias. Na maioria dos casos, os agressores são pessoas da família ou próximas da vítima. “As pessoas que são agressoras por vezes têm problemas relacionados com álcool e droga”, referiu Teresa Carvalho. “Os problemas de abusos, muitas vezes, são justificados pelas próprias pessoas idosas como resultado daquele consumo”, explicou, adiantando ainda que desta forma a maioria das vítimas “quase desculpabiliza o agressor e culpabiliza o comportamento em si”.
No entanto, durante a pandemia registou-se um aumento da violência económica resultado da “desagregação familiar e do regresso de filhos, de netos e outros familiares a casa dos pais”, que aumentaram a “vulnerabilidade de todo o sistema familiar”.
Reunião 5ª CE-Audição Presidente ISSMadeira (áudio)