O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira agradeceu, hoje, em nome do Parlamento madeirense, o trabalho das Misericórdias em prol dos “mais fracos, da redução da pobreza, de apoio aos idosos e de ajuda às famílias carenciadas”.
As afirmações de José Manuel Rodrigues foram registadas na sessão de apresentação, no Funchal, de seis livros da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que retratam o trabalho destas instituições.
O Presidente do Parlamento madeirense alertou para os perigos desta conjuntura de crise. “Esta mistura de estagnação económica, inflação e subida da taxa de juro é uma mistura explosiva para as famílias, que já está a ter consequências nos seus rendimentos. Isto que dizer que as Misericórdias, mais uma vez, vão ser chamadas a apoiar aqueles que não terão rendimentos para satisfazer as suas necessidades e os compromissos que foram assumindo”, referiu.
O Presidente da UMP apresentou os seis livros que abordam as áreas do envelhecimento, do património e da liderança feminina, e que contam com os contributos de personalidades das mais diversas áreas, como política, história, sociologia, comunicação e setor social, entre outros. ‘Envelhecer’, ‘Memória Covid-19’, ‘MA(i)SAD’, ‘Obras de Misericórdia’, ‘Misericórdias no Feminino’ e ‘Misericórdias: Património com Identidade’ surgiram no âmbito de um projeto financiado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE).
Manuel Lemos explicou que o projeto nasceu durante a pandemia, em tempo de confinamento. ‘Memória Covid-19’ foi o primeiro livro a ser elaborado e ajuda a perceber o que “setor fez para salvar milhares de vidas”. “Hoje posso me orgulhar de vos dizer Portugal é o país em que faleceu menos gente em lares”, garantiu. “O nosso número de óbitos em lares é de 26%, aqui na vizinha Espanha é de 44%, na Itália é de 50%, no Reino Unido é de 50% e na Alemanha superou os 40%”, adiantando que “nas Misericórdias o número de óbitos não passou dos 12%”.
No mundo existem cerca de 4.800 Misericórdias, em 24 países, com origem em Portugal e em Itália. A primeira instituição surgiu em Florença, Itália, “mas foram os portugueses que fizeram com que as Misericórdias se espalhassem pelo mundo”, frisou Manuel Lemos.
A Provedora da Santa Casa de Misericórdia de Machico defendeu “a identidade das Misericórdias” e a prontidão com que acolhem aos pedidos de auxílio. “Estamos na linha da frente, estamos com capacidade de responder às necessidades e aos problemas sociais”, afirmou Nélia Martins, apontando ainda para o papel determinante das quatro Misericórdias existentes na Madeira (Machico, Santa Cruz, Funchal e Calheta).
A apresentação dos livros teve por objetivo relembrar “a nossa misericórdia e a capacidade de atuar”, concluiu a Provedora de Machico.
Já o Presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas e Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz apontou “a união e o trabalho em rede” como o segredo para o sucesso da missão das instituições de solidariedade. Manuel Vieira reforçou o “orgulho no trabalho feito” e lamentou não conseguirem atingir “a pobreza envergonhada”.
Apresentação Livros Misericórdias (áudio)