O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira e o Presidente do Parlamento da Galícia, Miguel Ángel Santalices Vieira, reuniram-se, ontem, a final da tarde, em Lisboa, e do encontro saiu a decisão de “fomentar as relações entre as duas instituições, retomando as relações históricas e económicas existentes entre o arquipélago da Madeira e a Região da Galiza,” confirmou José Manuel Rodrigues.
“Ambas as regiões têm, hoje, a sua conquista autonómica consolidada, mas ambas as regiões têm tudo ganhar nesta aproximação para que possam aprofundar este seu sistema de autogoverno”, reforçou.
O Presidente do Parlamento madeirense esteve, também, presente na inauguração da exposição “O Poder da Palabra. 40 anos do Parlamento de Galicia 1981-2021”, patente na Xuventude de Galicia – Centro Galego de Lisboa. Nesta exposição “pode-se constatar que os parlamentos são os fiéis depositários dos valores da democracia, mas também no caso das Regiões, dos direitos das Autonomias”.
José Manuel Rodrigues considera que a “crise das democracias” e o “descrédito” são duas fortes razões para se “valorizar ainda mais os Parlamentos no quadro da democracia e caixa forte dos valores da Autonomia”. Vincou que a “Autonomia representou um salto qualitativo em termos de desenvolvimento económico e social das populações”. “As Autonomias contribuíram para a unidade nacional, quer de Portugal quer de Espanha”, concluiu José Manuel Rodrigues.
Na cerimónia estiveram presentes, também, a Embaixadora de Espanha em Portugal, Marta Betanzos, a vice-presidente da Assembleia da República Portuguesa, Edite Estrela e o presidente do Instituto Camões, João Ribeiro de Almeida, entre outras altas entidades portuguesas e espanholas.
A mostra incide sobre os momentos mais marcantes das quatro décadas deste Parlamento espanhol, desde a sua constituição, a 19 de dezembro de 1981, no Pazo de Xelmírez, até à atualidade, e é composta por 24 painéis, um vídeo de divulgação e 17 vitrines com documentação histórica e bibliografia relacionada com o processo autonómico da Galiza.
Entre outros documentos, o conjunto contempla a Proposta do Conselho de Galiza de Castelão (cerca de 1943), cedida pela Biblioteca da Fundación Penzol, ou o mapa Gallaecia Regnum (cerca de 1635), cedido polo Museo do Pobo Galego. O público pode, também, apreciar obras como “O Estatuto da Galiza. Antecedentes e comentários, editada em 1948, pela comunidade galega na Argentina, e cedida pelo historiador Miguel Ángel Seixas Seoane.
Recorde-se que esta exposição esteve patente na sede do parlamento galego entre 15 de dezembro de 2021 e 15 de março de 2022, tendo, depois, passado por várias cidades da Galiza.
Pode ser visitada até ao dia 4 de março, entre as 11 e as 20 horas na Xuventude de Galicia – Centro Galego de Lisboa, sito à Rua Júlio de Andrade 3, 1150-206, em Lisboa.
José Manuel Rodrigues - Presidente da ALRAM (áudio)