O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desafiou, hoje, os jovens a lutarem por uma melhor democracia, porque considera que “a democracia está doente e precisa de terapias, sob pena de ser atingida pelo «cancro» do autoritarismo e do absolutismo”. As declarações de José Manuel Rodrigues foram proferidas no debate promovido pela Escola Secundária Francisco Franco subordinado ao tema “o valor da democracia”.
“É fácil ser extremista numa democracia, o difícil é ser democrata numa ditadura, portanto a nossa luta só pode ser por uma melhor democracia”, vincou em tom de desafio.
Além de José Manuel Rodrigues, participaram neste debate o diretor do Diário de Notícias da Madeira, Ricardo Miguel Oliveira, o subdiretor do JM, Miguel Silva e o estudante dinamizador do Projeto ‘Erasmus+’, Hugo Carvalho.
O Presidente do Parlamento madeirense entende que “qualquer democracia, por mais imperfeita que seja, é sempre melhor que qualquer ditadura”, por isso a razão do apelo à melhoria das condições democráticas e de governação em sociedade, lembrando, no entanto que a democracia não pode ser tida como “um direito conquistado e adquirido”.
O relatório sobre o Estado Global das Democracias, de 2021, revela que número de países "que avançam na direção do autoritarismo excede o dobro dos países que avançam na direção democrática" e que “um em cada dois regimes democráticos em todo o mundo está em declínio, fragilizado por problemas de legitimidade, limitações de liberdades essenciais ou por ausência de transparência”.
É esta “erosão das democracias” que preocupa José Manuel Rodrigues, vincando que esta é também uma questão de direitos humanos, que há 75 anos estão plasmados na Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.
“O que se passou nos Estados Unidos e no Brasil, democracias que considerávamos estabilizadas, o crescimento e a subida ao poder de partidos radicais na Europa, impensável depois do que se passou na Segunda Grande Guerra, devem ser motivo de profunda reflexão por parte de todos os que trabalham para a ‘Res Publica’, mas devem ser, sobretudo, alavancas de ação”, disse.
“E quando, no plano nacional, ou mesmo no regional, vemos políticos ou governantes serem alvo de investigações e averiguações, a verdade é que, apesar de isso poder ser motivo de suspeição e de generalização, é igualmente certo que demonstra que a justiça funciona e que ninguém está acima da lei, como é próprio de um Estado de Direito.
Mas não tenhamos dúvidas de que precisamos de mais ética e transparência nas nossas Democracias”, concluiu.
José Manuel Rodrigues 25JAN2023 (áudio)