Em mais uma edição do programa “Madeira - Novos Talentos + Futuro”, um projeto do JM-Madeira em parceria com a Assembleia Legislativa da Madeira, foi distinguido o guitarrista, compositor e produtor madeirense André Santos, numa conversa conduzida pelo Presidente do Parlamento madeirense, José Manuel Rodrigues.
André Santos atualmente, com 20 discos com o seu nome, 10 na liderança e 10 em colaborações, destacou o projeto com a banda “Xarabanda”, em que conheceu de forma mais aprofundada as músicas tradicionais madeirenses.
O guitarrista madeirense afirmou ainda a José Manuel Rodrigues que considera importante ter na Região um museu da música tradicional e dos cordofones. “É importantíssimo valorizar e ter um sítio onde se valorize toda esta tradição, especialmente, o trabalho da associação “Xarabanda”, que ao longo de 40 anos, têm feito recolhas e promovido vários instrumentos”.
André Santos destacou a importância da música tradicional madeirense, à qual se aproximou na altura em que fazia o mestrado sobre esta temática.
“O que é nosso é bom e é bonito. Pegar nestas canções, nestas recolhas, que a maior do público não conhecia, como eu próprio, consegui fazer uns arranjos diferentes que enalteciam a beleza das canções e as pessoas gostavam e reconheciam. O concerto de abril sobre Max no Teatro Municipal do Funchal foi uma loucura. Estava com um nervoso miudinho porque foi a primeira vez que apresentamos o projeto na Madeira. As pessoas pensavam que era apenas um cantor e esqueciam-se que era compositor, como do tema “Nem às paredes confesso”, uma música icónica do fado. O Max levava tudo à frente, com a sua qualidade e complexidade, em que atuava também como um ator, com influências de jazz, é um músico intemporal”, expressou André Santos.
No decorrer da conversa com José Manuel Rodrigues, André Santos referiu ainda o projeto “Mano a Mano”, com o seu irmão Bruno Santos, em que o primeiro disco se intitulou “Ponto de Partida” que assinala este ano dez anos.
André Santos falou ainda do recente projeto dos “Mano a Mano”, lançado este ano, um livro-disco, intitulado “Trilogia das Sombras”, que homenageia a artista plástica madeirense, Lourdes Castro que faleceu aos 91 anos,
Ao longo do projeto com o irmão, André Santos salientou que no último disco, inclui uma obra inspirada na artista madeirense Lourdes de Castro. Para além disso e havendo uma relação antiga entre a sua família e o Cardeal Tolentino Mendonça, André Santos disse que “desafiamos o Tolentino que recitasse um poema sobre Lourdes de Castro, de quem também era amigo. Fiz uma música, ouvia a voz do Tolentino ali e falei com ele. Imagino a tua voz aqui, grava o que sentires”.
O compositor André Santos elogiou ainda a formação musical existente na Região. “A Madeira sempre foi uma região muito rica no que toca à música, em vários estilos musicais, com a particularidade de haver muitos artistas nos hotéis.”
André Santos valorizou a importância das escolas de música, entendendo que “mais do que tudo, as escolas são comunidades que juntam músicos, professores e alunos. É importante que os alunos tenham um papel ativo na sua aprendizagem. Um artista não pode esquecer em que a vida será sempre autodidata, e que terá sempre de procurar, e procurar”. Uma postura que disse ter sido incentivado a praticar quando era também aluno.
A entrevista teve lugar na “teia” do Teatro Municipal Baltazar Dias, onde são pintados os cenários usados no palco da principal sala da cultura do Funchal.
A escolha do local para esta conversa prende-se com a ligação do músico a esta casa, onde atuou, em abril último, com António Zambujo, com o projeto “Recordar Max”, em que é o diretor musical.
“Madeira Novos Talentos + Futuro”, um projeto desenvolvido em parceria pelo JM e pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira. Esta iniciativa pretende destacar e dar a conhecer o talento dos jovens madeirenses.
Madeira Novos Talentos com André Santos (vídeo)