O Instituto do Mundo Lusófono vai homenagear, no próximo dia 23 de junho, no Parlamento madeirense, o escultor Francisco Simões, uma das grandes referências do mundo das artes, com trabalho reconhecido a nível nacional e internacional.
“A exposição “Liaisons” (ligações) é um diálogo entre o artista, Francisco Simões, e a sua coleção”, começa por enquadrar Márcia Sousa, curadora do projeto. Vai ser possível admirar obras de Vieira da Silva, Arpâd Szenes, Rafael Canogar, Pablo Picasso, Moita Macedo, Júlio Resende, lado a lado com as pinturas e as esculturas de Francisco Simões. “O projeto reúne nomes incontornáveis da cultura, nacional e estrangeira. É uma forma de voltar a trazer a público a obra de Francisco Simões, na Madeira, juntando um conjunto maior do escultor na Assembleia Legislativa”.
A arte em forma de cerâmica, escultura e pintura fica mais próxima dos madeirenses e porto-santenses, “dando a conhecer esta vertente multifacetada e experimentalista do escultor, em diálogo cruzado com os grandes nomes que habitam a sua casa. No fundo, é a casa do senhor Escultor que vem para a Casa da Democracia”, refere Márcia Sousa.
O Catálogo tem depoimentos do filósofo Edgar Morin, dos presidentes da Assembleia Legislativa da Madeira e da Câmara Municipal do Funchal e a visão da curadora de como “estas ligações artísticas se articulam com a Madeira e com a vida de Francisco Simões”.
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira visitou, no passado dia 23 de maio, a Galeria e o Atelier do Escultor, em São Roque, no Funchal. José Manuel Rodrigues destaca a importância do Parlamento reunir obras de um conjunto de artistas, muito raras de apreciar numa única exposição. Por isso convida todos os madeirenses e porto-santenses a visitar a mostra que reúne nomes consagrados da arte portuguesa e internacional.
Francisco Simões confessa-se “avesso a homenagens” e por isso decidiu agraciar aqueles de quem gosta “desde logo o Edgar Morin que é a minha grande referência”, confidenciou o escultor. O Antropólogo, Sociólogo e Filósofo francês tem 101 anos de idade, e é um dos convidados para esta cerimónia a realizar no Funchal. Artur Bual, Manuel Cargaleiro, júlio Pomar são outros destaques da exposição “Liaisons”. “Não tenho o direito de ter isto só para mim, tenho o dever de partilhar. Não quero que seja uma exposição minha, quero que seja uma exposição dos outros”, vincou Francisco Simões.
Esta homenagem está inserida no Fórum Económico Internacional que acontece na Madeira de 22 a 24 de junho. Tem o alto patrocínio do Instituto do Mundo Lusófono, da Assembleia Legislativa da Madeira e da Câmara Municipal do Funchal.
Sobre o Escultor
Francisco Simões nasceu em 1946 em Almada. Fez o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio em 1965 e o curso de Escultura da Academia de Música e Belas Artes da Madeira em 1974. Em 1967 foi bolseiro da OCDE em Roma, Turim, Novara, Verona e Milão e no ano seguinte trabalhou no Museu do Louvre a convite de Germain Bazin.
Em 1989 foi nomeado, pelo Ministério da Educação, consultor de Artes Plásticas para o projeto A Cultura começa na Escola, em 1990 foi colaborador do JL (Jornal de Letras, Artes e Ideias) e em 1992 foi nomeado, pelo Ministério da Educação, membro do grupo de trabalho de Humanização e Valorização Estética dos espaços Educativos.
Divide-se entre o Continente e a Madeira, onde há 3 anos criou o Centro das Artes Francisco Simões, sediado na freguesia de São Roque, no Funchal.
Márcia Sousa, curadora da exposição Liaisons (áudio)
Francisco Simões, escultor