O Presidente do Parlamento madeirense alertou, hoje, para “o caminho perigoso” que o país está a trilhar e garantiu que Portugal “não aguenta tanta crise”.
As palavras de José Manuel Rodrigues marcaram a sessão solene comemorativa dos 109 anos do município da Ribeira Brava.
“Portugal não aguenta mais este estado de coisas, em que, diariamente, é posta em causa a dignidade das instituições e o seu regular funcionamento”, começou por enquadrar.
O Presidente do primeiro órgão de Governo próprio da Madeira considera que “a disputa entre Órgãos de soberania enfraquece a Democracia; o confronto institucional descredibiliza o sistema político; esta tensão política provoca descrença na governabilidade do país e é terreno fértil para os populismos e os radicalismos”.
“O caminho seguido é perigoso e pode descambar numa crise política sem fim que, em última instância, compromete o crescimento económico, atrasa a aplicação do Programa de Recuperação e Resiliência e trava o desenvolvimento do país”, avisou.
Frisou também que “o país não aguenta tanta crise; o país não progride com eleições legislativas todos os anos, já que tudo isto provoca atrasos na execução dos fundos europeus e no lançamento das obras e dos investimentos, absolutamente necessários ao seu crescimento económico e social”.
“Há quem esteja a pôr os seus interesses pessoais e partidários acima dos interesses nacionais”, sublinhou José Manuel Rodrigues.
“Não me digam que é a Democracia a funcionar. Para mim é a Democracia e a degenerar!”, referiu.
“Estou convicto de que, no momento certo, a Madeira saberá colaborar para uma solução política que retire o país deste marasmo e desta decadência, e que dê aos portugueses uma solução de Governo que traga uma nova esperança e um novo rumo para Portugal”.
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira enalteceu o “salto qualitativo no desenvolvimento e na melhoria das condições de vida da população” da Ribeira Brava, lembrando que neste concelho “nasceram homens e mulheres que, com coragem, tenacidade e perseverança, afirmaram os valores da Liberdade, da Democracia e da Autonomia e que contribuíram decisivamente para mudar a face deste concelho, mas também para a construção do projeto autonómico”.
“Quero saudá-los por este passado, mas também felicitá-los no presente por estarem a dar uma nova vida à Ribeira Brava, fazendo das suas freguesias lugares de investimento, onde se cria emprego e riqueza e se recriam locais aprazíveis para se viver.
Estou certo de que este concelho continuará na senda do progresso e do desenvolvimento, neste segundo século da sua existência”, concluiu.
José Manuel Rodrigues 06MAIO2023 (áudio)