Estudo da identidade madeirense engradece Portugal, afirma Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira

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O Presidente do Parlamento madeirense referiu-se, hoje, aos seis século de história do arquipélago da Madeira para vincar que “há muitos países que não têm, nem de perto nem de longe, esta longevidade e este percurso tão rico, com uma forte identidade cultural, que nos honra e engrandece, pois,...

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Estudo da identidade madeirense engradece Portugal, afirma Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira
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O Presidente do Parlamento madeirense referiu-se, hoje, aos seis século de história do arquipélago da Madeira para vincar que “há muitos países que não têm, nem de perto nem de longe, esta longevidade e este percurso tão rico, com uma forte identidade cultural, que nos honra e engrandece, pois, aqui, soubemos construir Portugal no Atlântico e levar as quinas e o cristianismo a grande parte do globo”.

As declarações de José Manuel Rodrigues foram proferidas na sessão de abertura da conferência promovida pela delegação regional da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, subordinada ao tema “A Madeirensidade”.

“É com enorme satisfação que a Assembleia Legislativa acolhe esta Conferência da SEDES na Madeira, associação de quem muito esperamos, para a reflexão e o estudo das grandes questões regionais, mas também para o debate das matérias relacionadas com a inserção da Região Autónoma da Madeira no espaço da Nação portuguesa”, começou por destacar.

“Aqui se iniciou essa epopeia Marítima, que ainda hoje espanta pela ousadia, pela visão e pela coragem de ir à procura do desconhecido, ao encontro do novo e ao ‘estabelecimento’ do global”, vincou.

“Não é apenas a descontinuidade territorial em relação ao continente que nos faz singulares no contexto português; é a nossa Condição de Ilhéus, nascidos ou a viver nas ilhas, que justifica a nossa Diferença, o nosso Direito à Diferença no seio da Nação portuguesa”.

“A Madeirensidade é resultado da natureza, da orografia, da religião, da economia do açúcar, da comercialização do vinho, das chegadas e partidas de visitantes; é produto do cruzamento de costumes e culturas, da emigração, de muitas coisas mais, mas sobretudo da necessidade do madeirense de subsistir entre a rocha e o mar, com escassos recursos e o eminente desejo de ser dono do seu próprio destino”.

“Não foi por acaso que a Constituição da República preceituou, há 46 anos, que o regime político-administrativo próprio dos arquipélagos portugueses “… se fundamenta nas suas características geográficas, económicas, sociais e culturais e nas suas aspirações autonomistas das populações insulares”, concluiu.

 

SEDES cria 7 observatórios temáticos para a Madeira

A SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social já criou na Madeira, e para os próximos dois anos, sete observatórios temáticos, anunciou Catarina Castro, vice-presidente da instituição e responsável pela delegação regional. “Economia e Finanças; Educação, Ciência e Ensino Superior; Inovação; Mar; Saúde e Solidariedade; Sustentabilidade e Equilíbrio Intergeracional; e Turismo”, são as áreas de estudo para quais é pedida a contribuição das principais figuras da sociedade e da academia madeirense.

Já Álvaro Beleza, presidente da SEDES, começou por referir que o país precisa de concretizar reformas e de ter mais ambição.

“Em Portugal somos muito bons nos discursos e na retórica, temos boas leis, mas o problema é fazer e fazer com ambição”, disse.

“O exemplo dos madeirenses é um exemplo de que querer é poder. Basta ver a obra humana realizada nesta ilha. E isso é que Portugal precisa, é querer fazer. Pensar positivo, pensar em soluções e acreditar que é possível”, realçou.

Álvaro Beleza adiantou, ainda, que no próximo mês arrancam as conferências por todo o país subordinadas ao tema 25 de Abril, que têm por objetivo “mostrar aos jovens que é possível fazer melhor” e incentivar a juventude desenvolver uma cidadania ativa em prol do bem comum.

“É possível reformar e não revolucionar. Temos de fazer mudanças graduais”, afirmou.

O Presidente da SEDES apontou ao país três défices graves: “um défice de confiança nas instituições e na democracia, um défice de confiança dos cidadãos na justiça, e um défice de jovens na economia do país.”  “E por isso é que eles saem, porque sentem que não têm o rendimento adequado aos conhecimentos e às capacidades que têm. E é esses três défices que nós vamos ter de resolver”, concluiu.

O Presidente da Assembleia Geral da SEDES, José Roquete mostrou-se preocupado com a abstenção, que enfraquece a democracia e a cidadania. “Em termos políticos, a SEDES tem um adversário a vencer que é a abstenção”, frisou.

 

Presidente do Governo Regional desafia SEDES a refletir sobre o futuro

Coube a Miguel Albuquerque encerrar a conferência sobre “A Madeirensidade”. “A Madeira tem que usar a SEDES, a partir do instrumento decisivo que é a Autonomia política. Porque a Autonomia é um paradigma de modernidade de aperfeiçoamento do sistema político chamado democracia”, começou por referir o Presidente do Governo.

O governante desafiou ainda a SEDES a pensar o futuro. “É preciso dotar os jovens dos instrumentos fundamentais para desenvolverem as suas capacidades e as suas competências. Não conseguimos fazer previsões relativamente ao que se vai passar na economia, na transformação económica, quais os empregos que vamos ter no futuro, quais as industriais que são dominantes, o que é que a inteligência artificial vai alterar nisto tudo?”, questionou, desafiando, desta forma, as instituições e a academia a avançarem com esta reflexão científica.

O Presidente do Governo Regional falou, também, da digitalização do ensino encetada pela Madeira e garantiu que os manuais digitais vão ser estendidos até ao décimo ano. “O melhor legado que podemos dar às gerações é dotá-las do melhor ensino”, aclarou.

Já o Presidente da Câmara do Funchal também enfatizou a necessidade de mudanças. “Portugal não vai mudar se não houver coragem para fazer as reformas que o país precisa”. “Precisamos de coragem política e de espírito reformista, caso contrário continuaremos na causa da Europa”, alertou Pedro Calado. O autarca disse ser preciso reformar “as áreas da justiça, da saúde, da educação, da segurança interna e as Forças Armadas”.

 

Paulo Rodrigues diz que é preciso dar a conhecer a Madeira

O Professor da Universidade da Madeira Paulo Rodrigues foi o conferencista convidado para a primeira conferência da SEDES na Região. O historiador e investigados referiu que “o que fomos, o que somos e seremos é também o que os outros conhecem de nós”. Por isso, espera o contributo da SEDES na divulgação da “madeirensidade” no país.

“A madeirensidade não é apenas um conceito de caráter etnográfico e antropológico”, vincou. “A ideia de madeirensidade resulta de um percurso histórico de um povo”, disse o conferencista, vincando que a “memória é fundamental na construção da madeirensidade”.

Conferência A Madeirensidade (áudio)
Exposição A Madeirensidade (vídeo)
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