Telma Encarnação afirma que “Já tive golos muito entusiasmantes, mas aquele fica para sempre na história de Portugal”

Telma Encarnação, a futebolista madeirense da seleção, foi a convidada de José Manuel Rodrigues no âmbito da iniciativa “Madeira Novos Talentos + Futuro” que decorreu, esta manhã, no Estádio dos Barreiros, numa conversa que foi conduzida pelo Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues.

O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, começou por questionar Telma Encarnação sobre os seus primeiros ordenados e a decisão da própria de usá-los em benefício da família. Enquanto profissional de futebol, os primeiros ordenados da jogadora foram canalizados para comida na sua casa de família, sendo mesmo pagos em compras de supermercado, salientando que “Era mais uma ajuda que tínhamos lá em casa”. A jogadora da seleção nacional, Telma Encarnação foi criada no Bairro das Malvinas, em Câmara de Lobos, onde assume ter tido uma infância difícil.

No fosso que separa os ordenados, entre homens e mulheres, Telma Encarnação assegura que ainda existe muita diferença no futebol: “Já discutimos muito para nós, mulheres, igualarmos com os homens”.

A jogadora madeirense, que fez o primeiro golo português em mundiais, contra o Vietname, no mundial de futebol feminino, destaca que esse momento foi muito marcante. “Já tive golos muito entusiasmantes, mas aquele fica para sempre na história de Portugal” afirmou.

Telma Encarnação realçou que o gosto pelo futebol vem desde tenra idade, descrevendo que desde sempre teve esse gosto. A atleta salientou ainda que “Eu queria era jogar futebol e os rapazes aceitaram sempre muito bem a minha entrada no meio. Gostava de jogar de futebol, esse era o meu foco” enfatizando que a própria família apoiou a sua escolha.

Telma Encarnação pronunciou-se acerca do beijo de Rubiales, adiantando que a sua reação não seria a melhor se estivesse estado na posição da jogadora Jenni Hermoso. “Se fosse comigo não reagiria bem porque não tem confiança para andar a fazer isso. Não gostei muito. Se tivesse que apoiar, apoiava a jogadora. Receber um beijo do nada, a receber uma medalha”, continuou a jogadora, que diz que nunca foi vítima de assédio no mundo do futebol.

A futebolista madeirense da seleção, assume já ter sido cobiçada pelo SL Benfica ou Braga, mas o seu coração, deixou claro, palpita pelo Marítimo, onde quer permanecer avisando, de antemão, que quer ganhar um título com o emblema do Almirante Reis ao peito. “O Marítimo merecia estar na primeira, mas tenho fé e acredito que este ano vão subir”, frisou, quando instada a pronunciar-se sobre a descida do emblema à 2.ª divisão de futebol.

José Manuel Rodrigues questionou a jogadora da seleção acerca do futebol feminino que começa a crescer a pouco e pouco onde Telma Encarnação lembrou que, quando começou, “apenas existiam quatro equipas, sendo que antevê uma explosão neste universo com a entrada de mais mulheres.”

Sobre a prestação de Portugal no Mundial, a jogadora adiantou que “Foi a primeira vez num campeonato do mundo, queríamos ser melhores e foi mesmo Portugal com amor à camisola, com amor a Portugal. Tínhamos muita vontade de irmos mais longe neste campeonato do mundo. Foi muito importante para nós, foi muito importante para o futebol português”.

A futebolista manifestou o desejo de jogar um dia em Inglaterra e deixa claro que quer ganhar uma champions. No entanto, para já, o seu coração é verde-rubro.

Terminada mais uma conversa com um dos jovens talentos madeirenses, num projeto que surge da parceria entre o JM e a ALRAM.