Madeirenses e Porto-Santenses,
Todos os anos renovamos os votos de paz, de concórdia e de solidariedade que sempre nos são propostos pelo nascimento de Jesus que comemoramos por estes dias.
Nesta altura, estamos diferentes, mais alegres, mais próximos da família e mais atentos aos outros e juramos que será assim ao longo de todo o ano e que as nossas comunidades e este nosso mundo será melhor e mais justo para todos.
Infelizmente os factos estão aí a desmentir algumas destas promessas e acredito que, também, dos nossos desejos.
Conflitos, guerras, tensões, instabilidades, crispações, radicalismos, crises políticas e económicas, medos e incertezas continuaram a marcar este ano que caminha para o fim.
Por terra ficaram muitos que perderam a vida, outros que tiveram de abandonar as suas terras e ainda outros que viram a sua vida afetada pelo aumento do custo de vida, pelo brutal crescimento das taxas de juro e por um empobrecimento das suas famílias.
Mas não basta, apenas, assistir a estes factos; é preciso que todos, mas mesmo todos, possamos trabalhar para reduzir os níveis de pobreza e exclusão que, concretamente, afetam a sociedade madeirense.
Felizmente, temos taxas de crescimento económico e de criação de emprego assinaláveis, mas não podemos estar satisfeitos com a situação de pobreza de muitos cidadãos e com a realidade de muitos trabalhadores que não ganham o suficiente para fazer face às suas despesas mensais.
Assim como devemos trabalhar para reduzir, ao mínimo, o trabalho precário no emprego dos jovens e os baixos salários, duas das razões que levam a que muitos dos nossos melhores não consigam afirmar-se na nossa comunidade e decidam sair das nossas ilhas.
Mas se uns partem à procura de melhores condições de vida, existem outros que procuram a Madeira, em cada vez maior número, para aproveitar as oportunidades de emprego, criadas pela nossa economia.
Temos de estar atentos ao acolhimento e à integração destes imigrantes, que vêm de culturas e religiões diferentes das nossas, mas que têm todo o direito de fazer parte da nossa comunidade.
Aos nossos emigrantes que continuam a afirmar o nome da Madeira por esse mundo fora, e que se encontram longe da terra mãe, dirijo uma saudação especial e a certeza de que nunca vos esquecemos e que sempre são bem-vindos a estas vossas ilhas.
Neste Natal, lembro, também, as crianças e os idosos que se encontram institucionalizados e os doentes que, muitas vezes, não têm uma visita nem uma mão amiga que lhes afague as dores e as mágoas de uma vida amargurada.
Pensemos neles, todos, e façamos deste Natal, para além da Festa que tanto prezamos, uma dádiva aos mais vulneráveis, aos descartados, àqueles que ficaram nas margens do desenvolvimento.
Essa foi a mensagem do nascimento do salvador, há mais de 2 mil anos.
E como ela permanece tão atual, apesar de passado tanto tempo.
Em meu nome e do Parlamento da Madeira desejo-lhe a si e à sua família um Santo e Feliz Natal e um Bom Ano Novo.
Mensagem de Natal Presidente ALRAM 2023 (vídeo)
Mensagem de Natal Presidente ALRAM 2023 (áudio)