Coube a Rubina Leal a primeira intervenção desta iniciativa, que começou por dar as boas-vindas aos presentes, em particular Prof. Dr. Daniel Sampaio, salientando o seu contributo para a psiquiatria e para a saúde mental em Portugal. A Vice-Presidente sumarizou os principais temas abordados na obra, nomeadamente as relações, sobre o amor, sobre a afetividade, afirmando que estes são ingredientes transversais a todos os cidadãos e temas tão importantes num mundo cada vez mais globalizado, onde se faz cada vez mais uso das tecnologias. Rubina Leal sustentou que a relevância deste livro está nas estatísticas: em Portugal, segundo os dados dos Censos 2021 e da Pordata, a cada 100 casamentos dão-se 60 divórcios. Portugal é o segundo país da europa com mais divórcios. No que concerne à Madeira, no ano de 2022 divorciaram-se 553 casais, o que representa mais 102 dissoluções de casamento do que no ano anterior, de 2021. Foi o número mais elevado dos últimos quatro anos. Terminando a sua alocução, Rubina Leal deixou o repto ao Prof. Dr. Daniel Sampaio para que abordasse as relações de longa duração, como cultiva-las e mantê-las, num mundo que corre cada vez mais depressa.
De seguida, a Dra. Fátima Marques procedeu à apresentação do livro propriamente dito, focando a relação de cerca de 50 anos, iniciada nos anos 70 do século passado, mas também a teoria da vinculação, amplamente explorada por Daniel Sampaio. De forma minuciosa explorou diversos aspetos de ‘Para tão curtos amores, tão longa vida’, recorrendo por inúmeras vezes a passagens do livro, bem como aludindo a outros autores, com o intuito de elucidar a plateia acerca dos méritos deste livro.
Para encerrar a sessão, o Prof. Dr. Daniel Sampaio procedeu a uma reflexão sobre a problemática da curta duração das relações dos dias de hoje. “É possível ultrapassar as crises” nas relações, foi uma das frases marcantes com que nos presentou o psiquiatra, que tem um vastíssimo currículo nestas matérias. Continuou a sua intervenção dizendo que para conseguir manter uma relação de longa duração é preciso trabalhar e lutar para o sucesso da mesma, ultrapassando obstáculos e resolvendo problemas que naturalmente irão surgir, enumerando possíveis estratégias para o fazer. Apesar das vicissitudes de estar comprometido, o psiquiatra mencionou que há mais perigos em estar solteiro do que o inverso, nomeadamente a nível da saúde mental, finalizou.
Apresentação livro Daniel Sampaio (áudio)