A abertura das Jornadas de Paralisia Cerebral ficou marcada por uma mensagem, em vídeo, do Presidente da República, onde Marcelo Rebelo de Sousa destacou a importância de celebrar o Dia Nacional da Paralisia Cerebral, “uma data que ninguém deveria esquecer”, sublinhou.
“A condição de viver com paralisia cerebral não deve nem pode ser um fator limitativo e determinante. Temos de olhar de frente para as estratégias de permanente coesão social, questionando o papel das organizações, das empresas, das famílias e das comunidades, sempre com uma ideia de maior proximidade”, pediu o Chefe de Estado.
“Assegurar a igualdade de oportunidade, assegurar uma maior autonomia e independência das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”, foram alguns dos objetivos apontados pelo Presidente da República.
“Todos os compatriotas têm direito a condições que permitam uma vida autónoma, de trabalho e de realização das suas ambições pessoais, profissionais e familiares”, afirmou.
“Estas jornadas devem servir de ponto de partida para um novo ciclo, com novos desafios, com novas conquistas para a paralisia cerebral em Portugal. E dar visibilidade a esta causa é uma tarefa para todos. Só há uma sociedade coesa, e por isso inclusiva, justa e democrática, progressista e de futuro, se for uma missão de todos nós”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Pela primeira vez a Madeira acolhe as jornadas nacionais que assinalam o Dia Nacional da Paralisia Cerebral, que acontece a 20 de outubro, amanhã.
O encontro, de dois dias, é promovido pela a Associação de Paralisia Cerebral da Madeira (APCM), em parceira com a Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC).
“A Associação de Paralisia Cerebral da Madeira foi fundada há 32 anos, presta apoio direto a 86 pessoas com paralisia cerebral ou doenças neurológicas afins, através de respostas como o centro de atividades e o lar residencial onde vicem 49 utentes”, começou por explicar a presidente da APCM.
As jornadas decorrem no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira, inseridas no projeto ‘Parlamento com Causas”, sob o lema “Ir Mais Além”. “Ir mais além na responsabilidade social das organizações, na inclusão de pessoas diferentes nos quadros das instituições, nas acessibilidades e na contínua correção de barreiras, e, também, ir mais além no apoio à família, que é o suporte base gigante desta nossa comunidade”, frisou Fabíola Pereira.
O membro da direção da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, Fábio Guedes, referiu que as jornadas são uma forma de “celebrar o direito de cada indivíduo de ser, querer e estar no espaço público. O direito ao lazer, o direito a uma vida social plena, e o direito a ter sonhos e projetos de vida.”
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira reconheceu “que as nossas comunidades estão cada vez mais despertas para a problemática da deficiência e que os decisores políticos, e nomeadamente os legisladores, estão muito atentos à necessidade de fazer evoluir as leis e as políticas públicas nesta área social, mas é possível ‘Ir Mais Além” - como diz o lema das vossas Jornadas - , fazer mais, inovar e usar os novos meios tecnológicos e digitais para melhorar a qualidade de vida destes cidadãos mais vulneráveis”.
José Manuel Rodrigues frisou que “todos somos convocados para ir adaptando a nossa sociedade, as suas leis, as suas infraestruturas, os seus serviços públicos às pessoas deficientes, mas também aos mais velhos, já que uma das grandes questões do nosso tempo é saber como acrescentar qualidade de vida à esperança de vida que, felizmente, é cada vez maior no nosso país e na nossa Região”.
“Um país inclusivo impõe mais investimento público e uma nova geração de políticas que nos conduza a uma sociedade onde se possa pedir a cada um que contribua consoante as suas possibilidades e a cada um seja garantido o suficiente para fazer face às suas necessidades”, defendeu.
Já a Secretária Regional de Inclusão e Juventude assegurou que a “Inclusão é um compromisso do Governo Regional da Madeira, que tem percorrido um caminho de investimento no desenvolvimento e implementação de políticas públicas destinadas às pessoas com deficiência, que pretendem ser, cada vez mais orientadas para a promoção da cidadania, para a qualidade de vida e para a maior participação cívica da pessoa com deficiência, fomentando a prevenção, habilitação, reabilitação e participação de todos numa sociedade que se quer cada vez mais inclusiva”.
Ana Sousa destacou a Madeira como “a única região do país na qual, as políticas e as respostas de intervenção social no âmbito da inclusão das pessoas com deficiência, estão também diretamente salvaguardadas pelo serviço público”. Deu como exemplos “a criação e adaptação dos sucessivos equipamentos e infraestruturas na RAM, bem como, o investimento realizado em equipas e recursos especializados, que visam o apoio às famílias, o desenvolvimento biopsicossocial e terapêutico, assim como, a promoção da autonomia e vida independente da Pessoa com deficiência, no trilho da inclusão”.
As jornadas nacionais, que decorrem na Madeira, dividem-se em quatro painéis que se debruçam sobre: “Responsabilidade Social e o Papel do Mecenato nas Organizações”; “Acessibilidades: Ir Mais Além”; “Família: Impacto e Reação”; e o “Papel da Arte na Deficiência”.
A sessão de encerramento está marcada para as 12h45 desta sexta-feira.
Abertura Jornadas Paralisia Cerebral 19out2023 (áudio)