O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira esteve presente, esta quinta-feira, na inauguração da exposição “Os Monstros” de António Aragão, momento que marcou a abertura ao público da Galeria Tratuário, novo espaço cultural multidisciplinar situado na Rua da Carreira, no Funchal, projeto da responsabilidade da Agência de Promoção da Cultura Atlântica (APCA). José Manuel Rodrigues, que conheceu pessoalmente António Aragão e com ele teve oportunidade de privar em algumas ocasiões, recorda o artista madeirense como uma “personalidade fascinante” e congratulou-se com a “recuperação da sua memória e do seu percurso” e com o facto de ter contribuído para que parte do seu espólio, que se encontrava disperso por várias coleções particulares, esteja, hoje, após aquisição em leilão, “nas mãos da Região Autónoma da Madeira”. “Felizmente, foi possível preservar este espólio para o futuro e dá-lo a conhecer às novas gerações.”, sublinhou.
O Presidente do parlamento madeirense fez questão de felicitar Maurício Marques, da APCA, e a sua equipa, “pelo arrojo de abrir este espaço cultural na cidade” e lembrou que “o Funchal precisa de mais espaços culturais, à semelhança dos que já tivemos no passado”. José Manuel Rodrigues insistiu na importância de convocar a população para a fruição das artes plásticas e de outras manifestações artístico-culturais, notando que “a APCA tem tido um papel decisivo” nesse sentido, reforçando-o, agora, com a aposta na Galeria Tratuário, “um espaço que pode fazer com que mais pessoas deem passos a caminho da nossa cultura”, concluiu.
A série “Os Monstros”, para visitar até 24 de maio de 2024, conta com curadoria de Martinho Mendes e foi inicialmente constituída por 16 obras e apresentada ao público na sua totalidade em 1996, conforme refere o curador, no texto da folha de sala da exposição. Da coleção patente na Tratuário, a última de Aragão, fazem parte 12 quadros, pintados em 1992, que foram adquiridos pela APCA, aos quais se junta um outro, pertencente à Casa da Cultura de Santa Cruz / Quinta do Revoredo, cedido especialmente para esta mostra.
António Aragão (1921-2008), espírito inquieto e irreverente, foi, além de artista, poeta, escritor, historiador, investigador, museólogo e etnógrafo, sendo considerado um dos vultos maiores da cultura portuguesa. A sua força criadora e a sua pujança intelectual extrapolaram as fronteiras do arquipélago e do país, constituindo um legado cuja memória se mantém viva e continua a inquietar.
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