O Presidente Do Parlamento madeirense defendeu, hoje, a criação de novos pontos turísticos, apontando os caminhos reais e as antigas estradas como soluções para o problema da sobrecarga verificada em alguns locais de maior procura por parte de turistas e visitantes. As declarações de José Manuel Rodrigues foram registadas na IV Conferência do Caminho Real da Madeira, promovida Associação do Caminho Real da Madeira (ACRM), no Museu da Electricidade – Casa da Luz.
“Num momento em que os principais atrativos da Região estão saturados, devido à crescente procura por parte de turistas, é urgente diversificar os pontos de interesse e de recreação da nossa ilha, recuperando as antigas estradas regionais e estradas secundárias, assim como os caminhos reais, que ligavam todas as freguesias. É urgente lembrar a importância da travessia e o valor da proximidade. É fundamental lembrar e honrar as mãos de quem enfrentou o abismo e as escarpas, inventando uma outra navegação depois do mar”, afirmou.
José Manuel Rodrigues destacou o papel da ACRM “para a redescoberta, recuperação e preservação destas vias de circulação terrestre históricas, cuja construção remonta aos primórdios do povoamento do arquipélago da Madeira, no início do século XV”, associação que ajudou a fundar, juntamente com Miguel Gouveia, o seu presidente.
“Temos o privilégio, e o dever, de ser os guardiães deste imponente legado da nossa História, que constitui um marco identitário inigualável da nossa génese enquanto povo madeirense, que soube, desde o princípio, vencer os desafios da orografia, transformando-os em oportunidades que permitiram abrir caminhos para travessias muito mais expansivas do que as próprias rotas escavadas na terra e na rocha”, disse.
“Este património, esquecido e abandonado durante décadas, foi fulcral para o desenvolvimento e o progresso da Madeira e ganha, agora, uma outra mais-valia, com a sua redescoberta pelos madeirenses e pelos visitantes”, concluiu.
A IV Conferência do Caminho Real da Madeira foi uma reflexão orientada para o futuro dos caminhos reais e para a importância deste património na promoção da cultura e da paisagem da Madeira.
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