Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses defende que a mobilização de meios deveria ter acontecido mais cedo nos incêndios de agosto

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A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o apuramento de responsabilidades políticas no combate aos incêndios reuniu-se nesta tarde para auscultar António Nunes, Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. António Nunes afirmou que “por precaução, na Região, a medida de colocação de bombeiros...

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Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses defende que a mobilização de meios deveria ter acontecido mais cedo nos incêndios de agosto
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A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o apuramento de responsabilidades políticas no combate aos incêndios reuniu-se nesta tarde para auscultar António Nunes, Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.

António Nunes afirmou que “por precaução, na Região, a medida de colocação de bombeiros deve de ser mais cautelosa. A mobilização de meios deveria ter acontecido com mais antecedência. Por exemplo, no território continental, é possível colocar 200, 300 ou 400 bombeiros em três ou quatro horas, o que não acontece na Madeira. Na Região, deve haver mobilização mais atempada e não dez dias depois, como aconteceu. Uma demora desta envergadura, pode dificultar em muito o combate.”

António Nunes afirmou que “se o Comando dos bombeiros não tiver todos os meios sob a sua alçada é um erro técnico grave.”

O Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses António Nunes reiterou ser apologista da ativação dos planos de proteção civil, ao contrário da relutância que é comum. “Se tivesse acontecido uma ativação dos planos mais cedo, as equipas seriam preparadas mais cedo e consequentemente mobilizadas mais rapidamente, não havendo espaço para este cenário.”

O Presidente da Liga de Bombeiros manifestou-se muito cético quanto à participação no plano integrado de combate a fogos rurais e florestais e entende que deveria haver “um polo da Escola de Bombeiros na Madeira, sob a tutela do Governo Regional, mas com uma ligação técnico científica à escola. Há doutrina divergente e deveria ser global, o que não exclui as especificidades de cada região. A formação, o acompanhamento formativo, deve de ser universal.”

“O planeamento estratégico deve de ser da proteção civil, mas o combate técnico às chamas deve ser comandado por um bombeiro, com todos os meios à sua disposição. Tudo deve de estar integrado na sua estratégia, incluindo o meio aéreo. O meio aéreo deve de ser colocado à disposição do comando operacional, para o desenvolvimento tático das operações. O planeamento estratégico deve de ficar para a Proteção Civil”, defendeu.

Para o Presidente da Liga de Bombeiros “o combate pressupõe evacuação de populações, fazer chegar meios aéreos e terrestres para combater o incêndio, criar condições para a salvaguarda do património, e ter em atenção que, em muitos momentos, já só é possível o combate indireto. Um incêndio não evolui sempre da mesma forma, tem maior e menor intensidade.”

António Nunes admitiu a existência de lacunas, mas garantiu que os bombeiros e os comandantes são excelentes na Madeira. “Têm dado provas de que são capazes de responder sempre que têm meios.”

António Nunes alegou que preferia que não houvesse meios duplicados, com outras forças, mas sim, mais formação para responder às diferentes ocorrências que vão surgindo.

Sobre a existência de mais meios aéreos de combate a incêndios na Madeira, António Nunes disse ter dúvidas. “Preferia meios multiusos da Força Aérea ou meios no continente, para se deslocarem à Madeira em duas horas, ou, ainda, aprofundar os protocolos com Espanha e Marrocos. Isto implicaria ter um centro logístico na Madeira ou no Porto Santo.

“A Autoridade Nacional da Proteção Civil deveria ter um plano de apoio aos incêndios na Madeira, para, através de embarcação, rapidamente colocar meios na Madeira. As fragatas da Marinha, por exemplo, têm capacidade de deslocar meios aéreos”, findou.

O próximo encontro da Comissão Parlamentar de Inquérito, acontece amanhã pelas 14 horas com a presença em audição parlamentar, do Senhor Comandante da Companhia de Bombeiros Sapadores de Santa Cruz, Leonardo André Martins Pereira.

 

 

Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses – Dr. António Nunes (áudio)- 25.11.2024
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