O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, recebeu, hoje, em audiência, o deputado venezuelano no exílio Manuel García, eleito pelo Estado de Aragua, e coordenador do partido Voluntad Popular naquele Estado.
“Hoje, o que está em causa é não só a democracia de um país, como, também, a democracia de um continente”, começou por explicar aos jornalistas, Manuel García, vincando que Edmundo González Urrutia foi o grande vencedor das eleições presidenciais da Venezuela de 28 de julho, conforme comprovam as atas oficiais assinadas pelas os delegados dos diferentes partidos da oposição e de Nicolás Maduro.
“Edmundo González ganhou as eleições com mais de 7 milhões de votos, de uma forma esmagadora, jamais vista na Venezuela”, afiançou.
A luta pela democracia na Venezuela ganhou uma dimensão universal. “Esta não é uma luta nem de esquerdas nem de direitas. É a luta de quem acredita na verdade, de quem crê na democracia, e de quem crê que a lei deve estar na dianteira do destino dos países”, afirmou Manuel García.
“Gostaria de ver Portugal ter uma posição de maior firmeza, mas também gostaria de ver a mesma atitude por parte da União Europeia. É preciso que entendamos que o que se está a passar na Venezuela deve ter uma resposta de toda a comunidade”, ou seja de todos os países da União Europeia, reforçou o deputado venezuelano no exílio. “Hoje, o que temos na Venezuela é um regime que tomou oficialmente o poder de assalto, depois do dia 28 de julho, e o mundo deve condenar essa conduta autoritária, que colocou nas prisões cerca de 3 mil venezuelanos, apenas por contestarem os resultados”, concluiu.
Manuel García está na Madeira a convite do líder Parlamentar do PS. Amanhã vai participar num debate, que junta os partidos políticos e diferentes associações, subordinado ao tema “Todos Por Venezuela”.
“Para o Partido Socialista não há barreiras ideológicas, há sim um chão comum, que é o chão da democracia, o chão da liberdade e chão da verdade”, começou por referir Paulo Cafôfo, que acompanhou a comitiva nesta audiência com o Presidente do Parlamento madeirense.
O líder parlamentar socialista enaltece a importância do combate pela democracia e pela liberdade, “porque os resultados eleitorais que foram expostos, à vista de todo o mundo, foram resultados eleitorais fraudulentos”. Paulo Cafôfo exige da União Europeia uma atitude “firme e determinada numa posição política que defenda aquilo que são os nossos valores. Achamos que não há fronteira ideológica, não há fronteira partidária quando a luta é pela democracia”, frisou o deputado do PS na Assembleia Legislativa da Madeira.
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