Cerca de 50 estudantes de 12 escolas do Ensino Secundário da Região debateram, hoje, as "Novas Tecnologias: Oportunidades e desafios para os jovens". Este debate acontece na Assembleia Legislativa da Madeira no âmbito do programa Parlamento dos Jovens, um projeto da Assembleia da República que tem entre os objetivos educar para a cidadania através do estímulo do gosto pela participação cívica e política.
O Presidente do Parlamento madeirense, José Manuel Rodrigues destacou a importância de estarmos cientes de que “nem mesmo a tecnologia mais sofisticada suplanta as aprendizagens e as competências humanas que precisamos de desenvolver para que a tecnologia resulte, permitindo-nos uma maior eficácia e eficiência em setores como a Educação, a Saúde, a Cultura, a Economia e a Política, sem se tornar uma ameaça a uma sociedade humanizada.”
José Manuel Rodrigues deixou um lembrete aos mais jovens afirmando que “é preciso não nos esquecermos de que uma sociedade só avança verdadeiramente a partir do Humanismo e que o pensamento e as emoções serão sempre o pilar fundamental da reinterpretação do mundo quando tudo o resto falhar.”
O Presidente do parlamento madeirense afirmou que os jovens, sendo os principais utilizadores das novas tecnologias, e também os mais vulneráveis, precisam de uma base de valores estruturantes, que os oriente para uma utilização ética e saudável das infindáveis ferramentas tecnológicas que têm ao seu dispor, “pois só munidos de conhecimento, pensamento crítico e valores serão capazes de usar a tecnologia a seu favor, enquanto instrumento catalisador de amplificação das suas competências e democratizador do acesso à informação. Ignorar ou resistir a esta evolução não só é impraticável, como não é desejável.”
José Manuel Rodrigues denotou que “um mundo mais global deve ser, necessariamente, um mundo mais interligado, e não há dúvida de que as novas tecnologias, quando bem utilizadas, encurtam distâncias, abreviam tempos e desempenham um papel crucial na partilha de ideias, de saberes e de experiências e no redimensionamento do diálogo entre indivíduos, nações e culturas.”
Por isso, “é absolutamente fundamental que a Escola e a Família promovam comportamentos responsáveis e ambientes seguros, elucidando os jovens sobre a forma correta de se movimentarem neste complexo universo digital, que encerra perigos significativos, e pode, por vezes, ser perverso, levando inclusive a uma alienação social e intelectual que é a antítese do progresso.”
Por sua vez, Ana Sousa, Secretária Regional de Inclusão, Trabalho e Juventude considerou que “não podemos escamotear os efeitos facilitadores das tecnologias emergentes e da digitalização da sociedade, proporcionando aos jovens, e a todos nós, o desenvolvimento de competências para a resolução de problemas e criatividade concretizadas através de programação, que são essenciais para os novos setores laborais que daí despontam, sendo crucial o acesso à informação e educação digital para moldar um futuro mais informado e inovador.”
Por outro lado, Ana Sousa alertou para as consequências nefastas da excessiva utilização da tecnologia, que “têm criado raízes, principalmente nos mais jovens, mas não só, que em busca do atraente mundo da notoriedade digital, correm elevados riscos de segurança digital e privacidade, entregam-se à volatilidade das fake news e acabam, muitas vezes, atados aos efeitos da dependência tecnológica na saúde mental.”
A Secretária Regional alertou que é fundamental unirmos os esforços da família, dos professores, enquanto núcleo basilar da vivência diária do jovem, na consciencialização sobre a importância de utilizarem as novas tecnologias de forma responsável e ética”, findou.
Parlamento Jovens - Ensino Secundário- parte da manhã 18.03.2025 (áudio)
Parlamento dos Jovens - Ensino Secundário- parte da tarde 18.03.2025 (áudio)